Há cinco anos, existem denúncias a respeito de tratamentos forçados, mas a edição de dezembro do programa Vácuo, que tentava descobrir por que a natalidade na comunidade etíope de Israel caiu 50% nos últimos dez anos, aprofundou a questão.
Diversas mulheres etíopes entrevistadas pelo programa disseram ter sido avisadas que, para emigrar para Israel, precisariam tomar as injeções a cada três meses, antes da viagem e depois da chegada ao país. A prática teria sido iniciada em campos de refugiados da região de Gondar, continuado em um campo transitório em Adis Abeba, capital da Etiópia, e em Israel. Muitas afirmaram não saber que o Depo-Provera era um contraceptivo forte, mas sim algum tipo de vacina.
De acordo com o relato do programa feito pelo jornal Times of Israel , muitos tratamentos teriam continuado em Israel mesmo com as mulheres apresentando efeitos colaterais, como dores de cabeça severas e dores abdominais, e osteoporose, condição que torna perigoso o uso do Depo-Provera.
De acordo com o mesmo jornal, uma câmera escondida em uma clínica mostrou uma enfermeira dizendo a uma mulher etíope que as injeções de Depo-Provera era dadas “primariamente às mulheres etíopes porque elas esquecem, não entendem, é difícil explicar para elas, então é melhor que tomem logo a injeção a cada três meses… basicamente elas não entendem nada”.
Em depoimento, Rachel Mangoli, diretora da Organização Feminina Sionista Internacional na cidade de Pardes Hanna, disse que, em 2006, criou um programa de acolhimento para crianças etíopes. Naquele ano, Rachel percebeu que nenhum bebê etíope nascera no centro. Segundo Rachel, um diretor de uma clínica local informou que as mulheres daquele abrigo receberam as injeções de contraceptivo pois não era possível confiar que elas tomariam as pílulas anticoncepcionais todos os dias.
Como ocorre em outros lugares do mundo, as mulheres da comunidade etíope poderiam estar mais preocupadas com a carreira do que com ter filhos ou ter entendido que é mais fácil criar uma família menor, mas o material mostrado pelo programa indica a existência de um ato orquestrado. Ainda em dezembro, o parlamentar Ilan Gilon pediu à procuradoria-geral israelense que inicie