A Itaú Cultural Play estreia duas mostras e atualiza o catálogo de outras duas já em cartaz. Entre as novidades está uma celebração aos 40 anos do Teatro Sérgio Cardoso, com a série documental #Cultura em Casa, que reúne apresentações de atores e músicos no palco do histórico teatro. Dentre os convidados estão a cantora Ana Cañas, o cantor Simoninha e Bixiga 70, além de uma peça estrelada pela atriz Lara Córdula.
A outra mostra que inaugura na IC Play é Despertar Afrofuturista, que traz no título uma referência à estética criada por artistas negros nos Estados Unidos, e que se difunde por diferentes campos artísticos desde os anos 1990. Para ela, foram selecionados cinco filmes de jovens cineastas do Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que trazem uma perspectiva brasileira original e inventiva à poética afro-futurista.
Já Histórias do Cinema Brasileiro, coleção permanente da plataforma, ganha mais um reforço. Passa a contar com Um céu de estrelas, da cineasta paulista Tata Amaral, considerado pela crítica um dos principais filmes do país da década de 1990.
Fechando as novidades, a mostra Coleção Itaú Cultural apresenta Bye, bye, Desemboque. Lima Duarte e sua veredas, filme de Ariane Porto, além de Paulo Renato Souza: o legado à educação brasileira, documentário do diretor Beto Souza.
Palco em cena
Sete documentários integram a série documental #Cultura em Casa, que homenageia o Teatro Sérgio Cardoso. Conduzidos ao logo do ano de 2020 pelos diretores José Mauro Gnaspini e Rubens Crispim Jr, seis são voltados a atrações musicais e um às artes cênicas, trazendo performances e também bate-papos com artistas.
O recorte musical traz episódios com a participação do cantor Simoninha, da cantora Ana Cañas, do grupo Bixiga 70, do compositor e cantor Sérgio Brito, da multi-instrumentista circense Livia Mattos e do pianista Vitor Araújo.
Já no recorte voltado às artes cênicas, uma das produções é o espetáculo Dolores, com a atriz Lara Córdula no papel-título: uma artista cinquentona que viu sua carreira trilhar diversos caminhos, sendo a maioria deles longe do que idealizava.
As sinopses completas das nove produções estão disponíveis no arquivo atachado.
Afrofuturismo sob olhar brasileiro
O curta Beatitude (2015), dirigido por Délio Freire, é um dos filmes da mostra Despertar Afrofuturista. Ele traz elementos da cultura africana do passado, do presente e do futuro, recheado de música, dança e realismo fantástico. Inspirado no mito de Anastácia, essa produção do Espírito Santo mostra a história de uma mulher negra escravizada, que era curandeira e foi tida por muitos como milagrosa.
Já Blackout (2020), filme do Rio de Janeiro dirigido e protagonizado por mulheres negras, como a diretora Rossandra Leone, se passa no ano de 2048, quando a realidade do povo negro e periférico no Brasil segue desigual como nos tempos atuais. A narrativa da história segue pela ancestralidade e no empoderamento feminino, para pensar soluções para um futuro que ainda apresenta ecos do passado e do presente.
A produção cearense de ficção científica Cartuchos de Super nintendo em Anéis de Saturno (2018) faz uma instigante reflexão sobre o racismo e nascimento do cinema, a partir de uma história em que o real é surpreendido pela fantasia. Com direção de Leon Reis, o filme foi exibido no Festival de Roterdã, na Holanda.
Outro curta cearense, Preces precipitadas de um lugar sagrado que não existe mais (2019), dos diretores Mike Dutra e Rafael Luan, acompanha a jornada de três personagens que ingressaram em um misterioso espaço entre o passado e o futuro. Nesse caminho, eles decidem voltar às raízes da luta antirracista e mudar a história.
Dirigido em Minas Gerais por Gabriel Martins, Rapsódia para o homem negro (2015) mostra a saga de um homem negro marcado pela morte violenta de seu irmão, assassinado durante um conflito em uma ocupação em Belo Horizonte. Entre sonhos, relatos, visões, flashbacks e alegorias das religiões afro-brasileiras, o filme transita entre o que é imaginário e o que é real na vida da personagem.
Catálogo ampliado
Histórias do cinema brasileiro, mostra permanente da Itaú Cultural Play, aumenta sua coleção dedicada aos diferentes caminhos que a sétima arte percorreu no país em toda sua história. A nova produção disponível nesta prateleira virtual da plataforma é Um céu estrelas, filme de Tata Amaral, premiado no Festival de Brasília e exibido nos festivais de Toronto, Berlim e Havana
Eleito pela crítica com um dos principais filmes brasileiros da década de 1990, ele narra a história de uma jovem cabeleireira moradora da Mooca, bairro fabril da capital paulista. Prestes a embarcar para Miami, ela é surpreendida pela visita do ameaçador ex-namorado. Aos poucos, o jogo amoroso entre os dois se deteriora, abrindo espaço para uma arrebatadora espiral de violência.
Já a Coleção Itaú Cultural, também permanente na plataforma, recebe mais dois documentários biográficos recém-lançados. O primeiro deles é dedicado a Lima Duarte, um dos principais nomes das artes cênicas do país.
Ele estrela Bye, bye, Desemboque. Lima Duarte e sua veredas (2021), filme com direção de Ariane Porto, que mergulha nas lembranças de infância e referências a personagens icônicos do consagrado ator, como Sassá Mutema e Sinhozinho Malta. Para tanto, viaja ao pequeno distrito de Desemboque, no município de Sacramento, em Minas Gerais, chegando ao universo, às histórias e às paisagens do artista.
Já o documentário Paulo Renato Souza: o legado à educação brasileira (2021) aborda a trajetória de um homem público inspirador, que se comprometeu com a melhoria e a democratização do ensino no Brasil. Reunindo um farto material iconográfico, ele revisita de maneira didática e objetiva a jornada de Paulo Renato Souza, como o período em que o ex-Ministro da Educação viveu no Chile, quando ele abrigou perseguidos políticos da ditadura de Pinochet.
O acesso à plataforma de streaming Itaú Cultural Play é gratuito e pode ser feito por dispositivos móveis IOS e Android, e pode ser acessada pelo site www.itauculturalplay.com.br.