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Jornalistas criam e-commerce de cosméticos para mulheres negras

banner-interna_1Redação Correio Nagô – Juntas elas criaram um e-commerce (loja virtual) voltado para vendas de cosméticos para as mulheres negras, “independente do tipo de cabelo que ela escolha ter”: relaxados, alisados, crespos naturais, cacheados, trançados ou com dreads.

Batizado de Prapreta, o site, que está no ar há mais de três meses, é resultado do empreendedorismo das jornalistas formadas pela Universidade São Judas (SP) Alana Lourenço, 26 anos, e Carolina Lima, 27. A dupla mora em São Paulo, onde funciona a sede da empresa.

“A proposta do site nasceu após a identificação de uma lacuna no comércio eletrônico. O setor de cosméticos é o terceiro em rentabilidade no e-commerce, entretanto, nota-se a ausência de um site que atendesse mulheres negras”, destaca Alana, em entrevista ao Portal Correio Nagô.

O site foi criado a partir da elaboração de um plano de negócios, desenvolvido em parceria com o Sebrae de São Paulo. O investimento foi feito a partir de recursos das duas jovens e de um empréstimo feito ao Banco do Povo Paulista.

A jornalista relata ainda que constatou uma dificuldade de comprar produtos específicos através da internet adequados às mais variáveis texturas do cabelo da mulher negra. Como já tinham interesse por empreendedorismo e a vontade de ter um negócio próprio, as jovens decidiram investir no Prapreta.

“Achamos um nicho no mercado e investimos”, acrescenta. Após um ano e meio de planejamento, partindo da elaboração do plano de negócios, o site entrou no ar em agosto de 2013 com uma proposta visual específica.

“A identidade visual da Prapreta tem como objetivo permitir uma identificação desde o primeiro momento. Desde as cores escolhidas, passando pelas fotos usadas nas ações de marketing e os temas discutidos em nosso blog, tudo é direcionado à mulher negra”, explica Alana.

No site, as clientes encontram produtos voltados para manutenção e tratamento dos fios, como: shampoo, condicionador, finalizador e máscaras para hidratação. O Prapreta trabalha com marcas nacionais e importadas com itens a partir de R$ 6,80.

SAM_0974Desafios – As empreendedoras destacam ainda que as dificuldades para colocar o site no ar são as mesmas de uma loja física. “É necessário planejamento e gestão. Regularizar a empresa de forma correta, obter certificados de confiabilidade. Isto traz maior confiança ao consumidor, o que reflete no número de vendas”, ressalta Alana.

As jovens procuraram ainda oficinas e cursos sobre as marcas que vendem para fornecer orientação para as consumidoras. Elas consideram o mercado online um “mundo a ser explorado” e salientam que, no entanto, ainda não é uma prática comum no país.

“Existem pessoas que nunca compraram pela rede. De acordo com os dados fornecidos pelo E-Bit, apenas no primeiro semestre desse ano 3,98 milhões de pessoas fizeram sua primeira compra on-line. A confiança no site é um dos fatores determinantes na hora de comprar pela rede, e isso vem com o tempo”, avalia Alana.

Para o futuro, as empreendedoras planejam investir para aumento da gama de produtos. “Ter variedade de preços e marcas sempre é um diferencial”, afirmam. Hoje, elas consideram que ainda estão na fase de apresentar a proposta aos consumidores.

“Sentimos uma certa confusão inicial, onde se caracterizava a Prapreta como uma loja apenas para crespas naturais e cacheadas. O que não corresponde à ideia original. Aos poucos, conseguimos mostrar que é um site que vende produtos para todas as texturas”, destaca Alana.

Alisamento – Elas dizem também que, apesar de existir várias críticas com relação ao alisamento de cabelos por parte de negras, o importante é que “a mulher se sinta bem e feliz com sua escolha”.

“Existem sites que vendem produtos para cabelos cacheados ou crespos. Porém, como a identidade não favorece é menos provável que as mulheres com este tipo de cabelo se identifiquem. Nossa loja traz a facilidade de se encontrar tudo no mesmo lugar, associado a identificação visual que valoriza a mulher negra”, afirma.

O facebook tem sido utilizado como termômetro para sentir a receptividade das pessoas diante do trabalho delas. Atualmente, estão com mais de 3.000 usuários conectados à Prapreta. “Nosso retorno sem sido extremamente positivo. A principal resposta vem das clientes, que se identificam ao visitar a loja e encontrar produtos que as atenda. Estamos extremamente felizes com o resultado e com a possibilidade de sermos precursoras em um novo nicho no comercio eletrônico”, diz Alana.

Confira o site:
http://www.prapreta.com.br/

*Por Anderson Sotero

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