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Jovens brasileiros participam de evento sobre tecnologia na Colômbia

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O Afrolatino Digital Youth Initiative ocorrerá em Cali, de 12 a 14 deste mês. Entre os brasileiros estão a baiana Monique Evelle do Desabafo Social, o carioca Renê Silva do  jornal Voz das Comunidades e a youtuber paulista Nataly Neri.

Para a maioria dos jovens brasileiros, o acesso à internet deveria ser considerado um direito humano, de acordo com estudo recente realizado nos Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Reino Unido, Rússia, Índia, Cingapura, Filipinas, México e Brasil.

Embora mais da metade dos domicílios brasileiros esteja conectada, conforme apontou última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), uma parte considerável da população está fora da rede.

Para a juventude que já está web e deseja um acesso mais democrático, saudável e criativo, o desafio tem sido buscar meios para potencializar ações on e off line. E é neste sentido que cinco jovens brasileiros que estarão presentes no Afrolatino Digital Youth Initiative, que ocorrerá em Cali, na Colômbia, de 12 a 14 deste mês.

A iniciativa é apoiada pela Google Brasil e pelo Projeto Guardian (EUA) e busca conectar jovens líderes afrodescendentes da América Latina, oferecendo-lhes ferramentas para compartilharem conhecimentos e habilidades em mídias sociais, negócios e tecnologias digitais.

“Sei do potencial de se usar mídias sociais e tecnologias para lutar contra o racismo no Brasil”, afirma a baiana Monique Evelle do Desabafo Social, que juntamente a outros a jovens terá a oportunidade de construir novas competências em tecnologia e técnicas para uma organização comunitária eficaz, promover o jornalismo cidadão e segurança digital por meio do uso de tecnologias livres e open-source (código aberto).

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Monique Evelle do Desabafo Social, que lidera uma rede de jovens presentes em mais de 15 estados do Brasil e que possui um marketplace para empreendedores, a loja Kumasi.

 

Além de Monique, participam ainda os brasileiros Renê Silva do jornal Voz das Comunidades no Rio de Janeiro, a Youtuber Gabi Oliveira do Canal Das Pretas, Vítor Del Rey que desenvolveu o aplicativo Kilombu para conectar empreendedores  negros, e Nataly Neri, Youtuber que possui mais de 130 mil seguidores que abordar temas como consumo consciente, moda negra e feminismo.

O projeto servirá como uma plataforma para dar visibilidade aos esforços desses  jovens de para promover ainda mais o impacto dessas iniciativas que estão mobilizando comunidades, criando referências positivas e influenciando políticas públicas.

“Acreditamos que eles podem criar sua próprias mídias para abordarem as questões que lhes dizem respeito, dar voz suas histórias  e promoverem suas  identidades e culturas.”, diz Niousha Roshani, uma das coordenadoras do projeto.

Um dos proponentes do Afrolatino Digital é o cofundador do Instituto Mídia Étnica Paulo Rogério, uma das principais organizações de mídia negra no Brasil. “Os jovens estão bem ativos no mundo digital e produzindo conteúdos inspiradores, apesar das dificuldades.  É muito bom quando uma empresa como a Google permite que experiências de jovens possam ter visibilidade e apoio.”, diz Paulo Rogério Nunes, publicitário, especialista em Novas Mídias.

SOBRE AFROLATINO DIGITAL

O ALD é uma iniciativa composta por representantes de organizações e instituições patrocinadas pela Google Brasil. Os membros do projeto também são atuais e ex-bolsistas no Berkman-Klein Center na Universidade Harvard e experientes empreendedores sociais. A iniciativa conta também com a parcerias de organizações sociais que são destaque no treinamento em diversidade em tecnologia e mídia como o  Instituto Mídia Étnica no Brasil e a Tikal Productions na Colômbia. A ideia é que em 2017 essas organizações possam desenvolver programas de treinamentos de jovens nos dois países com apoio da Google e do  Afro Latin Studies da Universidade Harvard.

Niousha Roshani é antropóloga e especialista em desenvolvimento juvenil em contextos de violência e exclusão social. Ela concluiu seu doutorado em Antropologia no University College London (UCL) e possui um mestrado em Desenvolvimento Internacional pela Cornell University. Como fellow do Berkman Klein Center da Universidade de Harvard, ela trabalhou com organizações da sociedade civil na Colômbia e no Brasil, destacando a abordagem positiva dos jovens afro-descendentes em suas comunidades diante da exclusão e do racismo. Ela está trabalhando atualmente com o Instituto de Pesquisa Afro-Latino-Americano da Universidade de Harvard, colaborando com jovens líderes de ascendência africana em iniciativas de liderança na América Latina. É também é diretora executiva da Fundação Nukanti, uma organização sem fins lucrativos dedicada a envolver, educar e capacitar os jovens para enfrentar os impactos sociais de conflitos de longa data, pobreza e violações de direitos humanos.

Paulo Rogério Nunes é cofundador do Instituto Mídia Étnica, uma das principais organizações de mídia negra no Brasil. Foi um dos criadores do Correio Nagô, um site de notícias focado na diversidade e direitos humanos que tem jovens correspondentes de várias favelas no Brasil. De 2011-2012 ele viveu nos Estados Unidos como Fulbright H.Humphrey Fellow na Universidade de Maryland. Anteriormente, foi co-presidente da sociedade civil do Plano de Ação Conjunta EUA-Brasil para a Eliminação da Discriminação Étnica e Racial (JAPER). Paulo é a liderança no Brasil para a tecnologia VOJO, uma ferramenta desenvolvida pelo MIT Center para pesquisadores da Civic Media que permite que qualquer pessoa atualizar um blog sem a necessidade de um computador ou acesso à Internet. Paulo criou recentemente o Vale do Dendê, um escritório de atração de negócios de impacto social para cidade em Salvador, Brasil. Ele também é um membro da Ashoka e afiliado no Berkman Center for Internet and Society.

Nathan Freitas escreve códigos desde que ele tinha sete anos e não parou de procurar problemas difíceis de resolver usando tecnologias. Um entusiasta da tecnologia móvel ao longo da vida, sua carreira incluiu trabalho em projetos de pesquisa acadêmica, gadgets populares para consumidores e artes digitais e tecnologias inovadoras para o ativismo. Ele lidera o Projeto Guardian, um projeto de software de segurança móvel de código aberto, e dirige estratégia de tecnologia e treinamento no Rights Action Lab. Seu trabalho como um fellow no Centro Berkman-Klein em Harvard centra-se em controlar os riscos para usuários de aplicativos de segurança móvel em todo o mundo.

Ponto focal na Colômbia

Eduardo Montenegro é produtor audiovisual e gestor cultural e fundador da Tikal Productions. Em seus quinze anos de experiência, ele não só tem empreendido uma busca por uma nova estética para enriquecer a sua temática, mas também faz parte de vários processos sociais e culturais. É fundador da Asociación Centro Cultural La Red onde foi o coordenador geral. A iniciativa ganhou o prêmio Best Media Comunidade em Jornalismo Award Week 2011, um evento onde eles tinham anteriormente obtido uma menção honrosa na mesma categoria em 2009. Eduardo produziu o programa de cultura urbana “Do outro lado da rua”, transmitido  por dois anos no Canal Regional Telepacífico, e recentemente co-produziu Matachinde, um documentário que ganhou o prêmio Índia Catalina de Melhor Produção 2015 na categoria televisão comunitária.

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