A obra de poesia reflete sobre como o território pode incidir sobre a existência e a subjetividade de duas mulheres em constante movimento e transformação
Em Corpos em Diáspora, os quarenta poemas de Mila Rodrigues e Laísa Costa transitam sobre as andanças de ambas pelo mundo. Os escritos falam de chegar a algum lugar; sobre presença ou estadia; das dores da partida, além da que esse espaço ou território provoca.
A obra é resultado das andanças destas duas mulheres, nascidas em Cuiabá e Salvador respectivamente, que se entendem como filhas da diáspora: ora se afetam na permanência, ora se inquietam com as recriações de expulsão e dispersão antes vividas por seus ancestrais, e que agora incidem sobre seus próprios corpos.
Neste livro, o leitor encontrará textos de momentos e lugares distintos, colocando-as também como pessoas em constante transformação, em uma busca eterna pelo lugar que poderá acolher a existência delas, sem ressalvas. Diáspora evoca dispersão, deslocamento forçado de corpos, expulsão. Tem a ver com território – que nunca é somente físico –, com identidade e ressignificações.
Se o povo africano foi retirado violentamente de seu território, obrigado a sobreviver e conformar a existência em novos locais – que as autoras acabaram por chamar de seus – elas convidamos à reflexão: em que medida nossos deslocamentos atuais continuam motivados pela expulsão? Ainda que nem sempre explícita, nos parece que se trata de uma expulsão ou dispersão igualmente violenta, afinal; onde elas poderam finalmente ser quem são?
Corpos em diáspora está em pré-venda no site do Grupo Editorial Letramento (editoraletramento.com.br).