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Legalização das drogas é combate ao racismo, diz Jean Wyllys

Foto I Facebook

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Redação Correio Nagô*

O deputado Jean Wyllysparticipou na última sexta-feira (28) do debate Novembro de Todas as Cores: Identidade, sexualidade e liberdades individuais, que foi realizado às 9h30, na Universidade Salvador (Unifacs).

O parlamentar que luta em prol dos Direitos Humanos comentou que a seu mandato é feito para a coletividade, pois, segundo ele, os seus projetos são pensados para a busca do bem-estar dos cidadãos brasileiros, independente de cor, raça, gênero e classe social. “Minhas ações são realizadas com o objetivo de não permitir a desumanização de nenhuma categoria, pois, desde muito tempo, para legitimar o sofrimento causado, o agressor sempre procura tratar o vitimizado como um não humano. No período da escravidão, aconteceu isso com os negros, por exemplo. Minha preocupação é com o direito de todos e todas nós”, enfatizou Jean.

O intelectual não deixou de fazer críticas aos colegas que sustentam determinado conceito para meritocracia, a qual é defendida, por muitos, pela noção de esforço. Filho de empregada doméstica e lavadeira de ganho, o escritor diz que mérito quem tem é ele por ocupar esta posição atualmente, pois “muitos por aí falam é de uma meritocracia hereditária, uma meritocracia herdada, construída sem grandes esforços”, fala. Das 513 cadeiras da Câmara Federal, Jean Wyllys já foi considerado duas vezes o melhor deputado do Brasil.

Defendendo causas que geram polêmicas no país, o deputado apoia a legalização das drogas como uma forma de minimizar o preconceito racial dentro da sociedade. Segundo Jean Wyllys, a guerra às drogas é uma batalha contra a classe social pobre e negra. Ele argumenta que não se combate o uso da maconha em locais habitados pela elite baiana, mas, somente, os bairros populares são alvos das buscas policiais.

Sobre os autos de resistência, medida administrativa criada para justificar ações de violência do Estado contra os cidadãos sob o discurso de tentativa de resistência da outra parte, o professor disse que é preciso encontrar alternativas que possam verificar as atuações dos policiais. “Eu não estou aqui para demonizar os autos de resistência, mas o ‘uso da resistência’ não pode ser utilizado como extermínio de jovens negros”, pontuou.

Marcelo Cerqueira, presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB), falou sobre a situação dos crimes de homofobia e a relação com a celeridade, a qual, segundo ele, é muito lenta nos processos judiciais que envolvem esta causa. O representante ainda disse que é necessário que os crimes desta natureza devam ser considerados como crimes hediondos, delitos que são considerados pela justiça como grave. Pela lei, o indivíduo que comete um crime enquadrado como hediondo tem que ficar, inicialmente, preso em regime fechado. Jean Wyllys discorda dessa decisão. Para o defensor dos Direitos Humanos, o ideal é que o agressor pague a dívida prestando serviço comunitário na ala dos soropositivos do Hospital Couto Maia, por exemplo, para que aprenda a ter sensibilidade.

Jean Wyllys tem sido alvo de críticas por defender a minissérie da Rede Globo Sexo e as Negas. Representantes do Movimento Negro afirmam que o programa traz uma visão racista e estereotipada do comportamento das mulheres negras. Segundo o ex- big brother, em vídeo publicado na internet, a teledramaturgia denuncia o preconceito racial e afirma que o diretor Miguel Falabella não é um racista. No dia do evento, o parlamentar não tocou neste assunto.

Em 2015, o cenário do congresso brasileiro vai ficar mais conservador. Sobre esta situação, o parlamentar diz que é preciso que os movimentos sociais se façam mais presentes em Brasília para pressionar a aprovação de certos projetos. “Os movimentos de direita estão mais organizados do que os de esquerda”, comentou Jean Wyllys.

*Por Taciana Gacelin

 

 

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