Entre os assuntos em pauta neste encontro do Diálogos Ausentes, os convidados falam sobre músicas dos guetos, coros eruditos, ritmos das ruas, vozes clássicas, afro-pop, samba reggae e cantos líricos. Está na pauta, também, a resistência da música negra, seja no seu discurso ou na sua estética, além dos desafios de uma carreira independente e futuras possibilidades na área.

Nascida em Salvador, Luedji iniciou seus estudos em música na Escola Baiana de Canto Popular, foi cofundadora do coletivo M.O.V.A, formado por compositoras soteropolitanas, e membro do Bando Cumatê, coletivo engajado na pesquisa, difusão, e fomento das manifestações artísticas tradicionais da cultura brasileira. Em 2013, foi vencedora da etapa regional do Festival da Canção Francesa, realizado pela Aliança Francesa. Desde 2015 residindo em São Paulo, a cantora já se apresentou no Puxadinho da Praça, Kabul Bar, Sesc Riberão Preto, Sesc Interlagos, Sesc Jundiaí, Bourbon Street e Café Piu-Piu, onde realizou seu primeiro show na capital paulista.
Foto_ Tássia Nascimento
Robson Miguel é um dos mais conhecidos violonistas brasileiros e, com seu estilo versátil, traz um conceito contemporâneo nos arranjos do violão, dominando os mais variados estilos musicais. O músico é fundador da Orquestra Sinfônica de Santo André e da Orquestra Sinfônica Kalein de Madri, na qual também é maestro e arranjador. Em sua carreira, ele tem mais de 130 composições de sua autoria escritas para violão solo, duos, grupos, big-bands, orquestra popular e sinfônicas.
A cantora e compositora Luedji Luna é considerada uma aposta para a música negra brasileira. Com influências do jazz e da MPB, ela intensifica com a espiritualidade a sua identidade negra. No final de 2016, o lançamento do videoclipe da canção Um corpo no mundo recebeu ótima repercussão e elogios de músicos renomados como Chico César e Tiganá Santana.
Desde abril do ano passado, o Itaú Cultural realiza a série Diálogos Ausentes com o intuito de analisar entre o público, artistas e especialistas a representação dos negros em uma área de expressão diferente, a cada três meses. Em 2016, o primeiro bloco de três encontros discutiu as artes visuais; na sequência, os debates foram sobre as artes cênicas – com foco no teatro – e, por fim, o audiovisual, sobre o olhar do cinema negro. Neste ano, também houve debate sobre o negro na dança e na literatura, finalizando com o tema da música.
Um Corpo no Mundo
Na sexta-feira, dia 15, também às 20h, Luedji Luna realiza o show Um Corpo no Mundo, reunindo canções que trazem nuances sobre a feminilidade, a negritude, a espiritualidade, o cotidiano urbano e a diáspora africana. Com influências do jazz, da MPB, e das sonoridades de terreiro, a cantora traz em seu repertório esse reencontro com a força negra feminina. Acompanhada dos músicos Renan Lima, Kabé Pinheiro, Luan Charles e Bruna Duarte, Luedji apresenta as músicas Dentro Ali, Metáfora, Mel y Dendê, Banho de Folhas, Um Corpo no Mundo, Na Rua, entre outras.
O CD de Um Corpo no Mundo, seu primeiro disco, está em financiamento coletivo e deve ser lançado em breve, com produção de Sebastian Notini, sueco radicado na Bahia, produtor dos dois últimos discos de Tiganá Santana e do álbum Mama Kalunga, de Virginia Rodrigues, vencedora do último Prêmio da Música Popular Brasileira. O videoclipe homônimo foi lançado no final do ano passado, e atingiu ótima repercussão com o público.
- Um dos principais nomes no mundo quando o assunto é violão, Robson Miguel é o único brasileiro que conquistou o título internacional pelo Círculo Violonístico de Madrid, na Espanha, como o primeiro do ranking mundial de violonistas, título confirmado pela Câmara Brasileira de Cultura e pelo Prêmio Quality Internacional do Mercosul. Em junho de 2014, ele fez uma turnê pela Europa, onde se apresentou na Suíça, Itália e Espanha, e gravou o seu 19º DVD Viva Brasil dentro de três castelos da Suíça. Foto_Paula-Araújo
- Thiago Augusto, também conhecido como Matéria Prima, é um dos MC`s mais destacados na cena do rap mineiro. Participou de grupos como Quinto Andar e Subsolo, trabalhos que o tornaram uma das referências do até então chamado rap underground no Brasil. Hoje ele é um dos integrantes da banda mineira Zimun, um dos principais nomes da cena musical de Belo Horizonte. Por pesquisar intensamente o rap norte americano, aprendeu inglês de forma autodidata, permitindo ser o intérprete de África Bambaataa em sua passagem pelo Brasil. Seu trabalho é marcado pelo cuidado rigoroso com a escrita, o que resulta em rimas e metáforas desafiadoras, construindo cenários mentais que abordam a rua, a vida e as particularidades humanas como receios, anseios, potencialidades e limitações. Foto_Ruy Fraga
- Cantora, compositora, e estudante de História da Uerj, ganhou diversos prêmios no Festival da Canção promovido pelo Sesc/Três Rios, participou do Festival JazzAHEAD, na Hípica do Rio de Janeiro em 2016, e do I Festival de Jazz & Blues de Duque de Caxias como artista revelação. Ficou entre as 10 melhores canções do Brasil no Festival da Alta Mogiana – 6ª edição. Já cantou com BNegão, Thalma de Freitas, Márcio Local, Mc Marechal, Gabriel Moura e em 2016 fez uma turnê com o cantor haitiano Vox Sambou. Integrou o Samba Trançado, em parceria com o cantor Mombaça, além das bandas Tchotchomeri, A Quebrada e Consciência Tranquila. Foto_André Rola
Da Redação.