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Mãe conta que filha adolescente foi agredida por ser negra

racismo stopRedação Correio Nagô* – A filha de 12 anos da empregada doméstica Márcia Pereira do nascimento foi espancada perto de uma parada de ônibus da avenida Potiguar, no Recanto das Emas, no Distrito Federal, há dois dias.De acordo com reportagem publicada pelo G1, a mãe, contou que quatro desconhecidas socaram, chutaram e arranharam sua filha por ela ser negra.

O crime ocorreu pela manhã, quando a garota ia para a escola. Segundo a reportagem, a adolescente pegou um ônibus errado e desceu na terceira parada da via para trocar de ônibus, mas antes foi abordada pelas garotas, duas delas encapuzadas.

“As meninas disseram que não aceitavam negras no beco delas. Minha filha falou que tudo bem, que já estava indo embora, mas elas responderam que, como ela estava lá, ela teria que pagar pelo que fez”, afirmou Márcia ao G1.

Enquanto as duas jovens encapuzadas a imobilizavam, as outras agrediram a garota e a atingiram nos braços, pernas e barriga. A adolescente disse não ter ideia do tempo que passou sendo agredida e que optou não reagir por receio de que elas fossem ainda mais violentas.

O caso foi registrado na delegacia da região na noite de segunda. A Polícia Civil informou que não vai se pronunciar a respeito até que as agressoras sejam identificadas. Na terça, a garota passou por exames no Instituto Médico Legal (IML) para confirmar as lesões.

“É muito ruim mesmo, uma dor que nem tem como descrever, você ver um filho passando por isso. Ela só chora”, disse a mãe. “Ela veio me perguntar se eu a amo de verdade, do jeito que ela é. E eu a amo e a amaria sempre, mesmo se não tivesse as duas pernas”, emendou.

“Não tenho condição de pagar um psicólogo, porque tem dias que a gente não tem nem o que comer. Ela ficou muito abalada e ainda mais reservada. Ela nunca vai se recuperar.”

Nesta quarta, o governo do Distrito Federal lançou o disque racismo. Por meio do 156, a população vai poder denunciar agressões a negros, indígenas, ciganos e quilombolas.

Muito assustada com o que aconteceu, a adolescente pediu à mãe para morar com a avó, em Samambaia. A garota disse que quer continuar estudando, mas que sente medo de frequentar o colégio atual.

“Queremos transferi-la para a escola que é perto da casa da minha mãe, que aí ela vai se sentir mais segura e eu vou ficar mais tranquila. Mas depois disso que aconteceu, quero é sair com todo mundo daqui”, disse Márcia.

Fã de língua portuguesa, a menina disse que quer terminar os estudos e se tornar policial. O sonho dela, afirmou, é proteger as pessoas de agressões.

*Com informações do G1

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