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Mais de 8 mil pessoas foram deslocadas vítimas da violência em Medellín este ano

colargeNo marco do Dia Internacional dos Direitos Humanos, celebrado ontem (10), organizações da sociedade civil apresentaram seus informes sobre a precária situação dos direitos humanos em Medellín, na Colômbia. De acordo com os informativos, entre 1º de janeiro e 20 de novembro deste ano 8.387 pessoas sofreram deslocamento forçado intraurbano em Medellín e mais de mil pessoas morreram em consequência da violência que assola a região.

Os informes foram apresentados pela Ong Convivamos, pelo Instituto Popular de Capacitação (IPC), o Observatório de Segurança Humana, Escola Nacional Sindical, Corporação para a Vida Mulheres que Criam e Corporação Vamos Mulher.

De acordo com os relatos, as localidades mais afetadas são, em primeiro lugar, a Comuna 13, seguida pelas Comunas 8, 9, 1 e 3. As comunidades afros e indígenas também estão entre as mais afetadas pelo deslocamento forçado.

Segundo as análises, as principais causas deste deslocamento intraurbano foram os homicídios, o conflito armado urbano, o recrutamento ilegal, as ameaças, o desaparecimento forçado, as agressões físicas, o controle territorial e social e os crimes contra a integridade e a liberdade sexual sobre as mulheres.

Não é de hoje que Medellín enfrenta o problema da violência e violações aos direitos humanos, e também não é de hoje que a Comuna 13 aparece como cenário principal dos homicídios (13,9% dos casos registrados em Medellín) e outros crimes e agressões, apesar de contar com maior presença da força policial. O IPC indicou que 11 combos disputam espaço na Comuna 13, grupos esses identificados à serviço de “a Oficina”, “os Urabeños” e “os Pesebreros”.

O Observatório de Segurança Humana também chamou atenção para a grave situação da Comuna 8, afetada por desaparições forçadas e pela atuação de combos associados à “a Oficina” e a banda de “os Urabeños”.

As organizações criticaram o fraco desempenho do poder público em enfrentar a situação, que classificam como “grave crise humanitária” e dizem que o não reconhecimento da continuidade entre os chamados combos, as bandas e grupos criminais com o fenômeno do paramilitarismo, está deixando as vítimas do conflito armado urbano e rural sem proteção nem garantias, agravando assim, as violações de direitos humanos.

Pelo não reconhecimento do conflito armado, e pelo poder público associar a violência a simples casos de criminalidade e delinquência, as novas vítimas não podem acessar os benefícios da lei.

Fonte: Adital

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