Mineira de Sabará, vivendo em São Paulo há seis anos, Malu Avelar trás em sua longa trajetória a criação da obra instalativa ‘Sauna Lésbica’ e diversos outros trabalhos como bailarina.
A artista interdisciplinar apresenta seu primeiro projeto solo, intitulado ‘1300° Qual é a saúde de um Vulcão?’, no Teatro de Contêiner Mungunzá. A programação acontece nos dias 2, 3 e 4 de abril, sendo sábado e segunda às 20h30 e domingo às 18h, com ingressos que variam de R$7,50 até R$ 40.
A obra se dá pela sobreposição subjetiva das formas piramidais presentes em formações vulcânicas e no modelo de estratificação social. Comparações entre processos vulcânicos e estruturas e normas humanas como, por exemplo, quais processos de atrito e destruição compõem ciclos de saúde, levantam imaginários e provocações que vão sendo respondidas em cena através de intensas propostas corporais.
A ideia é viver tais processos vulcânicos como modo de propor um processo de descolonização do corpo que vai além da concepção de humanidade, trazendo essas energias vulcânicas e o viver a argila como orientação possível para encontrarmos a saúde através da destruição. Destruição como um meio.
O espetáculo, então, se afasta da noção de cura no sentido de que ele está colocado como processo de saúde e não como fim. Diversas mitologias tratam do barro como matéria de formação, formação da forma humana. 1300° trata o humano como o caco, como potência viva da matéria destruída. A artista entrega, do começo ao fim, um movimento que vem da carne e que se conecta com o espiritual – o que, para ela, é a missão do corpo que se propõe a dançar.
Projeto foi construído de maneira independente através de uma profunda pesquisa ao longo dos últimos três anos e contou com provocações, estudos e parcerias de outres artistas como Grace Passô, Rodrigo Reis, Mário Lopes, Diane Lima, Zé Maria e outres.