15/10/2018 | às 18h13

Com três dias de atividades, a II Ocupação AfroFuturista aproximou o debate sobre tecnologia da população soteropolitana que transitava pela Estação Nova Lapa. Um dos destaques foi a Maratona de Tecnologia e Inovação Afro.Futurista, realizada em Salvador e que ocorre em Irecê e Seabra esta semana.

Entre os pré-requisitos, os projetos participantes precisam gerar impacto social, estimular a geração de renda, valorizar a diversidade e ter conteúdo inovador. E esses itens não faltaram entre os maratonistas de Salvador. O hackaton durou dois dias e, no último dia de Ocupação, os jovens puderam apresentar suas ideias em um pitching.

De modo geral, os seis projetos foram bem elogiados pelos jurados, que conseguiram captar a essência da ideia de cada um e perceber o potencial de impacto social que eles possuem. O que o público pôde ver entre as apresentações foram projetos que mostram a preocupação dos jovens com soluções empreendedoras e que reafirmam Salvador como uma cidade empreendedora, carregando consigo a cultura do “Faça Você Mesmo”.

Alguns conseguiram se destacar e outros “são diamantes que ainda precisam ser lapidados”, como afirmou a jornalista Donminique Azevedo, uma das juradas da atividade.

O terceiro lugar ficou com o grupo JP Model. A marca de roupas trouxe a ideia do afroempreendedorismo e moda criativa e sustentável com o site IT AFRO e a proposta de retorno social para o consumidor que faz um cadastro social e se propõe a doar roupas, que futuramente são convertidas em desconto para consumo na loja.

Já o segundo lugar ficou com a equipe Wakanda Warriors. Pensando em empreendedorismo como uma característica da população soteropolitana e tendo em vista que muitos desses empreendimentos nascem a partir da necessidade, a Wakanda Warriors propõe a ideia de acelerar negócios e oferecer mentorias para auxiliar esses empreendedores na qualificação dos seus negócios. Um dos jurados, Rosenildo Ferreira (Vale do Dendê), destacou a ideia como um “Sebrae que deu certo”.

O grupo Traz Favela levou o primeiro lugar. O projeto vencedor de Salvador propõe solucionar o problema do delivery para áreas periféricas da cidade. Muitas periferias apresentam receio e até situações de risco para motoboys e empresas de entrega. Assim, o Traz Favela exibe dados que provam que existem motoboys dispostos a fazer entregas em suas próprias comunidades e traz a solução com a criação deste aplicativo de entregas com o foco nas periferias. Os criadores são os jovens Naomi de Oliveira, 24 anos, estudante e empreendedora; Lucas Fernando, 25 anos, coach e consultor em marketing digital; e Iago Santos, 25 anos, designer. Eles destacam como importante na Maratona AfroFuturista a representatividade e sensibilidade presente nos avaliadores.

“Eu acredito que, não só para a gente, mas para quem passa por aqui [Lapa], é o momento de a gente estar se fortalecendo e vendo que é uma possibilidade. Nosso intuito é multiplicar!”, afirmou Naomi.

Os projetos vencedores irão disputar suas ideias entre os vencedores das maratonas de Seabra e Irecê. A Ocupação AfroFuturista irá passar pelas cidades baianas Seabra, nos dias 15 e 16 de outubro (Campus da Uneb), e Irecê, nos dias 19 e 20 de outubro (Campus do Instituto Federal da Bahia – IFBA).

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Ashley Malia é repórter-estagiária do Portal Correio Nagô

Com a supervisão de Donminique Azevedo