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Morre o jornalista Hamilton Vieira, defensor dos temas negros na imprensa baiana

Redação, Correio Nagô  – Faleceu na manhã desta quinta-feira, 13 de dezembro, o jornalista Hamilton Vieira, um dos primeiros repórteres a pautar a questão racial na imprensa baiana contemporânea. Com competência e coragem, Hamilton Vieira deu visibilidade ao povo negro no jornalismo, por meio de seu trabalho. Foi o pioneiro a escrever matérias sobre a força da cultura afro-brasileira na Bahia, como os ensaios dos blocos afro, a Terça da Benção, os mestres de capoeira, os sambas juninos, as lideranças do candomblé e os ativistas do movimento negro. Nascido no bairro da Fazenda Garcia, em Salvador, Hamilton graduou-se em Comunicação na Universidade Federal da Bahia, em 1982. Especializou-se em Educação e Desigualdades Raciais, pelo CEAFRO, instituição do Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) da Ufba. Trabalhou nas redações dos jornais A Tarde, Tribuna da Bahia e Correio da Bahia, geralmente nos Cadernos de Cultura.

 “Um colega extremamente competente, solidário e talentoso. Além de ser combativo e empenhado em tudo que fazia, como sua militância nas questões raciais e pelos direitos da população negra”, lamentou a presidente do Sindicato dos Jornalistas da Bahia, Marjorie Moura e que trabalhou com o jornalista na redação do jornal A Tarde”

Em depoimento emocionado aos amigos, a jornalista Ceres Santos destacou sua amizade e admiração por Hamilton Vieira: “Quando cheguei em Salvador, em 1988, ele foi um dos primeiros amigos, por quem nutri um carinho especial pois, além da afeição, eu o admirava muito pois, naquela época, quando trabalhava no Caderno de Cultura do jornal A Tarde, era pioneiro em levar para a imprensa temas de interesse da população negra, em especial, seu eterno amor, o bloco afro Ilê Aiyê”.

Morre o jornalista Hamilton Vieira, defensor dos temas negros na imprensa baiana

Em 1996, escolheu o bairro de Itinga, no município de Lauro de Freitas, para morar e atuar com educação e cultura. Ele coordenava o Centro de Cultura de Lauro de Freitas, desde 2007. No município, ele também atuava como educador do MARV Pré-vestibular (Movimento de Apoio e Respeito à Vida). Trabalhou em Projetos da Secretaria Municipal de Educação de Lauro de Freitas (Semed), sendo um dos criadores da Capacitação dos Professores do município para aplicação da Lei

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