Mais de 30 mulheres negras que produzem música, poesia, gastronomia e artes visuais estarão reunidas, nos dias 21 e 22 de janeiro, para a I Palavra Preta: Mostra Nacional de Negras Autoras.
O evento ocorrerá na Casa Preta (Rua Areal de Cima, 40 Dois de Julho) das 16h às 22h. Os ingressos custam R$5 para cada dia.
A mostra é produzida pela cantora e compositora soteropolitana, Luedji Luna e a poeta, cantora e compositora brasiliense Tatiana Nascimento.
O objetivo é fortalecer e compartilhar a criação da arte negra, dando o protagonismo para mulheres negras para que as suas histórias sejam contadas pelas próprias. Fugindo, dessa forma, da invisibilização e silenciamento gerado por um sistema racista, sexista, lebosfóbico e classista.
“Fazer uma mostra com mais de 30 artistas negras, vindas de quatro estados diferentes, em dois dias de programação é nossa forma de não só denunciar que o racismo nos silencia e apaga enquanto protagonistas na produção cultural. Pois, só nos trata como musas mulatizadas no carnaval, nos destinam apenas a subrepresentação na mídia corporativa, quebra os espelhos que poderiam nos refletir e incentivar” diz Tatiana Nascimento.
“Preta Rara já disse sobre meninas negras não brincarem com bonecas negras, não é? Essa mostra palavra preta é sobre isso: sobre nossa palavra. Sobre nossa arte. Criarmos, recuperarmos ou compartilharmos nossos próprios abebes para, como Oxum, nos mirarmos não por vaidade, mas por autorreconhecimento”, acrescenta.
A parte gastronômica fica por conta do La Frida Café, que se trata de um projeto móvel com ideia social, que surgiu para encher a cidade de poesia e incentivar um estilo de vida saudável, simples e sustentável.
Além disso, estará a venda os livros da escritora Cidinha da Silva e da Padê Editorial.
“Concretizar a palavra preta – mostra de nacional de negras autoras é a realização de um sonho sonhado junto com luedji desde o ano passado, e sonhado por muitas outras cabeças pretas faz tempo”, finaliza Tatiana Nascimento.
Joyce Melo é repórter do Portal Correio Nagô