Home » Blog » Direitos Humanos » Movimento negro vai às ruas na quarta por políticas de combate ao racismo

Movimento negro vai às ruas na quarta por políticas de combate ao racismo

Movimento negro apresentará ao poder público onze reivindicações, que incluem de cotas a demarcação de terras quilombolas

Movimento negro apresentará ao poder público onze reivindicações, que incluem de cotas a demarcação de terras quilombolas

Em São Paulo, concentração da marcha começa a partir das 11h no vão livre do Masp; saída será às 14h30 e e passeata seguirá até a Praça da República

A memória de Zumbi, último dos líderes do Quilombo dos Palmares, um dos maiores símbolos da resistência à escravidão no Brasil, volta a ser exaltada nesta quarta-feira (20) – Dia da Consciência Negra – quando o movimento negro de São Paulo vai às ruas reivindicar políticas públicas de combate ao racismo e pelo combate à violência contra a juventude.

O tema da Marcha da Consciência Negra, que completa dez anos em 2013, é “Por um Brasil sem racismo. A juventude quer viver”. A concentração da 10ª Marcha da Consciência Negra de São Paulo começa às 11h no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (MASP), na Avenida Paulista. A passeata sairá às 14h30 até a Praça da República, no centro da cidade.

De acordo com Douglas Belchior, membro da União de Núcleos de Educação Popular para Negras/os e Classe Trabalhadora (Uneafro), uma das organizações que compõe a marcha, os negros continuam sendo as principais vítimas da violência no Brasil. “Nossa intenção é celebrar o dia 20 de novembro como um dia de memória a Zumbi dos Palmares, herói do povo brasileiro, e também buscar novas formas de enfrentar o racismo, que infelizmente ainda tira a vida de muitos negros e negras. A cada ano vem aumentando o número de homicídios contra a população negra. A gente percebe a violência institucional, que é a do Estado, matando e deixando matar, por isso a gente chama de genocídio”, afirmou, em entrevista à Rádio Brasil Atual.

“É verdade que não é só a polícia que mata”, continuou. “Existe toda uma violência civil que vitima a população negra, porque existe uma cultura racista no Brasil que coisifica o negro. A morte negra não comove e não mobiliza na mesma proporção que a de um jovem ou uma família branca. Existe toda uma cultura que cimenta essa apatia e essa falta de sensibilidade da violência contra a população negra.”

O movimento negro irá apresentar aos governos municipais e estaduais onze reivindicações, segundo Douglas, que incluem desde a aprovação de cotas até a demarcação de terras quilombolas.

“Cotas nas universidades públicas e nos concursos públicos é uma pauta extremamente atual. Até a presidenta Dilma anunciou que deve defender essa pauta no Congresso Nacional para concurso público e a gente quer ter isso em São Paulo também, já que o governo do estado se recusa a implantar cotas na USP e Unicamp”, diz. “Reivindicamos também o cumprimento da lei 10.639, que torna obrigatório o ensino da história da África nas escolas e a reforma política, porque nós somos mais da metade da população brasileira e não nos vemos representados no Congresso Nacional.”

“Além disso, pedimos a titulação das terras quilombolas e também moradia nas cidades. A gente precisa de uma política que negue os privilégios da especulação imobiliária e garanta moradia digna para a população mais pobre que, sabemos, é composta na maioria por negros. Também é importante o respeito às religiões de matriz negra africana, porque não há uma política pública que valorize essa cultura.”

O Dia da Consciência Negra é um feriado comemorado em 20 de novembro, data em que Zumbi dos Palmares foi morto e decapitado na cidade de Olinda, em Pernambuco.

Fonte: Rede Brasil Atual

scroll to top