Com uma linguagem pop, com um suingue que propõe muitos movimentos corporais, a cantora baiana Nara Couto estreia o novo álbum Retinta, abordando as afetividades como uma ferramenta política e de filosofia de vida. O disco chega hoje nas principais plataformas de música via selos Alá Comunicação e Natura Musical.
Através de um olhar de uma mulher preta retinta, Nara Couto exalta sua ancestralidade e convoca todas as mulheres do seu clã a reconhecerem seu valor, que é historicamente negado pela sociedade. O disco traz relatos sobre afetividades nas mais variadas formas e já na faixa que abre e dá título ao disco, a cantora mostra a que veio, ressignificando a expectativa sobre ser esta mulher.
O álbum conta com participações de nomes como RDD, na faixa Tempo, que traz na composição o sentimento de estarmos ao lado de quem gostamos e o quanto esse tempo é especial. Já para a música Cura, que é uma composição em parceria com Marisol Mwaba e Eduardo Brechó, Nara traz a angolana Ary para um feat. “Essa canção fala sobre sermos nosso sol, nossa cura, com as misturas dos sotaques baiano e angolano e a junção das percussões criadas por Tiago Nunes e Luan Costa”, destacou.
Com produção musical assinada pela artista e Faustino Beats, Retinta traz de forma harmônica a soma dessas duas linguagens sonoras. Faustino imprime neste trabalho todo o conhecimento de música eletrônica, urbana, do rap, com arranjos sofisticados, que se completam com a sonoridade de Nara, que vem dos tambores religiosos, da vivência com sons e ritmos de alguns países africanos e na forma de cantar, trazendo duas grandes inspirações, Sara Tavares e Sade Adu.