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Nota sobre Feliciano como presidente da CDHC

Nota sobre Feliciano como presidente da CDHC

por  Cidinha da Silva

O tempo e a movimentação da notícia na Internet são vorazes e dilacerantes. E ninguém quer ser engolido. Todos os que navegam pelo cyberespaço tentam emitir uma opinião original, autoral, sobre o tema da página de rosto naquele minuto, naquele segundo. Na pressão de dizer qualquer coisa, muita gente se perde e transforma coisas de fundo em questões pontuais e vice-versa.

Face à avalanche de notícias sobre Marco Feliciano, deputado sabidamente racista, homofóbico e misógino, eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados (CDHC), apareceram pessoas dizendo que o movimento Fora Feliciano transformou um quase nada em pop star. Típica compreensão de quem troca uma questão de fundo por algo superficial, de quem tem necessidade de oferecer uma opinião divergente com o objetivo de conquistar algum espaço ou seguidores.

Uma coisa é a percepção de que o mar da Web tem ondas e tem um pessoal que só se movimenta na crista. Se quem está no topo das demonstrações homofóbicas é Cláudia Leite, com o filho que não será gay porque será bem educado, vamos a ela. Se é Joelma afirmando que os gays podem ser recuperados tal qual os dependentes químicos, a ela. Se é Feliciano com seu vasto leque de imbecilidades perigosíssimas, a ele. Faz-se muita espuma e pronto. Com as denúncias de racismo, de violência contra a mulher e outras, também ocorre o mesmo. Mas mesmo esse movimento sazonal tem valor, é bom considerar, pois é sinal de que alguma movimentação acontece na terra, para além do burburinho do mundo da fofoca e das celebridades.

Outra coisa é compreender os movimentos internos do mar provocadores das ondas, aquilo que acontece antes da produção da espuma. Os níveis profundos da água que mantêm-se intactos à ação de um tsunami.

O movimento pela queda de Feliciano abriga questões de fundo, a saber:

1 –  Escancara os acordos espúrios dos partidos políticos em busca de poder no Congresso e as estratégias condenáveis para sustentá-lo a qualquer custo (partidos de esquerda preferiram comissões mais importantes e relegaram a de direitos humanos ao PSC, que,

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