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Número de jovens assassinados no Brasil soma ‘73 Santa Marias’, compara ministro

gilberto carvalhoGoverno pretende lançar um programa preventivo de violência contra jovens, mas Gilberto Carvalho admitiu que, sozinho, não dará conta da tragédia de quase 50 mil mortes em 2010

Para dar a dimensão da insegurança de jovens no Brasil, o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência da República, recorreu a uma comparação dramática com o incêndio na boate Kiss em Santa Maria, no final de janeiro, que deixou 239 mortos.

O ministro citou o número de jovens assassinados em 2010 e concluiu: “foram 73 Santa Marias”. “A violência de fato surge como uma grande preocupação. Em 2010, nós tivemos no Brasil 49.932 assassinatos, 53% deles, portanto, 26.422, foram de jovens e entre os jovens, 91% do sexo masculino”, relatou o ministro.

“Nós que nos chocamos tanto recentemente com a tragédia de Santa Maria temos que entender que em 2010 foram 73 Santa Marias”, enfatizou ao participar na quarta-feira do lançamento da Campanha da Fraternidade da Igreja Católica, que nesse ano, discute o tema da Juventude.

Ao defender uma parceira com a igreja para melhorar a situação dos jovens no Brasil, Carvalho admitiu que o governo não tem condições de sozinho promover políticas capazes de mudar essa realidade. “Não há governo que vai dar conta de uma realidade como essa”, disse.

Prevenção – O ministro informou que o governo já mapeou 132 cidades responsáveis por 70% dos crimes contra jovens no Brasil. Esses locais serão base, de acordo com Carvalho, do programa Juventude Viva, que o governo pretende lançar com medidas preventivas para combate à violência.

“Será uma tentativa de se fazer uma ação preventiva com jovens, sobretudo da periferia e negros, em relação à violência”, detalhou.

O programa terá a participação de várias pastas do governo e parcerias com governos estaduais e municipais. Além da construção de espaços de convivência, culturais e de qualificação profissional, de acordo com o ministro, uma parte dos recursos previstos para o Juventude Viva será destinada à formação de policiais.

“Não é possível que nós continuemos a pensar que o jovem é suspeito a partir da cor da sua pele. Temos que trabalhar os agentes públicos de segurança para romper com essa trágica discriminação que se tornou uma cultura nesse país”, disse o ministro.

Fonte: SECRETARIA DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL

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