A violência dos “intocáveis e a condescendência de seus fãs.

D esembarco em Salvador, de um velho avião da Gol. No aeroporto compro um jornal e leio a primeira notícia: “Obras de Rodin voltam para França”. O museu corre o risco de fechar por falta de visitação. Folheio para parar na segundo notícia em destaque: ” Integrantes da banda de pagode New Hit estão presos, acusados de estuprar duas jovens”. 

          Há tempos atrás, o ex-goleiro do Flamengo, Bruno, pouco depois de uma coletiva referente a agressão do atacante do mesmo time à época, Adriano (Imperador), contra sua noiva, afirmava: “É uma briga de casal. Quem nunca brigou com uma companheira e não deu uns murros nela?”. O que aconteceu depois disso: Adriano continuou dando uns tapinhas na noiva até separar-se dela. E Bruno está preso, por ser o mandante do assassinato e esquartejamento da atris e modelo Eliza Samudio.

          Hoje (19), o atacante do Bahia, Souza, vulgo “Caveirão”, está sendo acusado de agressão contra uma mulher. O jogador não deu esclarecimentos a imprensa nem aos fãs. Nem depôs na delegacia, o que a pedido da Lei deve acontecer hoje. Foi treinar normalmente, pois não precisa ter vergonha de um fato normal desses entre jogadores. A imprensa, que queria esclarecimentos, foi saudada com um sorriso cínico e as mãos juntas desenhando um coração no ar. Enquanto isso, Madalena já era apedrejada em praça pública pelos fiéis desses supostos deuses. 

          Por tudo isso, acho, que o atacante do Atlético Mineiro, Ronaldinho Gaúcho, deve ter ganhado a Medalha Machado de Assis da ABL (Academia Brasileira de Letras). Prêmio nunca antes tão merecido. 

Mas, nada disso importa. Eles são “os caras”, os donos da bola, os milionários, ídolos intocáveis. 

            Domingo é dia de jogo. Meninos e meninas vão comemorar os gols de Souza, se houver. E quando o jogo terminar, vão curtir a vitória ou a derrota ao som da banda New Hit, que canta uma bela letra, feita para jogadores, acredito, que