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O som encantado das Ganhadeiras de Itapuã vence o 26º Prêmio de Música Brasileira

Ganhadeiras-PMB-foto-Aleksandra-Pinheiro

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“O resultado do empenho de todos”, essa foi a definição dada ao portal Correio Nagô pelo produtor cultural, Jenner Salgado, sobre o trabalho das Ganhadeiras de Itapuã, vendedoras do 26º Prêmio de Música Brasileira na categoria Melhor Grupo e Melhor Álbum Regional. O disco, lançado em 2014, recebeu o prêmio na noite desta quarta-feira,10/06, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, na cerimônia que anualmente homenageia um artista nacional, e que, este ano, saudou a cantora baiana Maria Bethânia.

O reconhecimento foi através de três indicações, e as Ganhadeiras foram vencedoras em duas delas. A valorização de um trabalho que há 12 anos mantém a cultura popular do samba de roda, e fortalece a cultura do bairro de Itapuã. Uma manifestação que nasceu das conversas de vizinhas e reuniões, conduzidas pela tradição das ganhadeiras, como eram conhecidas as mulheres que vendiam quitutes variados para ajudar na renda familiar, lavando roupa à ganho, vendendo o pescado que os maridos traziam do mar, e vendendo acarajé nas praças.

Atualmente o grupo é composto por 32 integrantes, 6 músicos, 10 crianças e 17 senhoras, entre cantadeiras, lavadeiras e ganhadeiras. Segundo Jenner, são avós, netas e bisnetas unidas num coral que conduz quem ouve ao encantamento. “O som parece um encanto das sereias em conjunto com as vozes das lavadeiras. Associado também a arranjos modernos com vários elementos rítmicos”, explica. Neste sentido, o produtor também revelou ao Correio Nagô a importante participação do produtor musical, Alê Siqueira, vencedor de dois Grammys Latinos.

O processo de produção do álbum, homônimo ao grupo, durou cerca de 20 dias, intensos. Um processo lento e paciente pela necessidade de gravar as vozes separadamente, as 10 vozes principais, e depois unir aos instrumentos de som.  “É o valor da cultura popular através das pessoas que beberam dessa fonte e trabalharam duro, aprendendo a lidar com o coletivo”, pontua o produtor.

Da Redação do Correio Nagô

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