Nesta terça-feira (28), às 19 horas, na livraria LDM do Espaço Itaú de Cinemas Glauber Rocha, ocorre o lançamento do livro “Olhos de azeviche: dez escritoras que estão renovando a literatura brasileira”.
O evento contará com uma roda de conversa com as escritoras Cristiane Sobral e Fátima Trinchão, sobre os contos que compõem a coletânea, seguida de sessão de autógrafos. O Espaço Itaú de Cinemas Glauber Rocha fica localizado na Praça Casto Alves, s/n. O livro custa R$40.
A obra reúne vinte contos e crônicas das escritoras Ana Paula Lisboa, Cidinha da Silva, Conceição Evaristo, Cristiane Sobral, Esmeralda Ribeiro, Fátima Trinchão, Geni Guimarães, Lia Vieira, Miriam Alves e Taís Espírito Santo.
“A coletânea tem a importância de dar visibilidade para a quantidade de escritoras negras brasileiras atuantes e para a diversidade de estilos e projetos literários desenvolvido por cada uma delas. Ainda encontramos circulando o discurso que no Brasil não existem escritoras negras e que, por este motivo, elas não estão nos grandes eventos literários, por este motivo seus textos não são lidos nas escolas e seus livros não encontram espaço nas grandes editoras e livrarias”, explica o editor da Editora Malê Vagner Amaro.
A seleção das autoras levou em conta que a renovação que estas escritoras promovem está nas formas criativas e independentes por meio das quais criam e divulgam suas obras e, especialmente, porque o olhar azeviche destas autoras para o mundo, expresso na literatura que produzem, traz um ponto de vista, uma perspectiva, um sentimento e uma inteligência que merecem ser mais disseminados.
“Apresentamos no livro uma seleção com um marco temporal (final da década de 70) e os movimentos negros de resistência e produção literária daquele período, do qual os Cadernos negros é o grande representante, e acompanhamos até a atualidade com uma autora que ainda não participou de nenhuma publicação impressa, mas divulga seus textos em blogs, como a Taís Espírito Santo”, completa Vagner.
Para a editora Malê, o objetivo é “colaborar para enriquecer o imaginário social brasileiro sobre quem faz literatura no Brasil, combater estereótipos, inspirar os debates e estudos sobre a visibilidade das autoras negras no mercado editorial e, principalmente, oferecer um bom livro literário, que as pessoas se envolvam e gostem de ler, podendo ser afetadas de forma positiva por um tipo de representatividade das mulheres negras, surpreendentemente, ainda pouco divulgado no meio cultural”.
Donminique Azevedo é repórter do Portal Correio Nagô.