A UNEB do município de Juazeiro, na Bahia, promoveu na última quarta-feira (28/04) uma transmissão ao vivo através do canal do DCH III-UNEB no Youtube, com Flávia Lima, Ombusdman do jornal Folha de São Paulo. O evento, intitulado “A rotina crítica de uma Ombudsman”, reuniu profissionais da comunicação, estudantes, professores da área e o público em geral, que puderam assistir gratuitamente a palestra.
Como parte das atividades da disciplina Ética e Legislação, ministrada pela Drª Márcia Guena, docente do curso de Jornalismo em Multimeios da UNEB, a conferência foi promovida pelo Colegiado do Curso de Jornalismo em Multimeios (DCH III-UNEB), juntamente com o Instituto Mídia Étnica e Revista Afirmativa. E contaram com parcerias institucionais como: Portal Correio Nagô; curso de Rádio e TV da UNEB – Conceição do Coité (BA); cursos de Jornalismo da Universidade Estadual do Piauí, Universidade Católica de Salvador e Faculdade R.Sá; curso de Publicidade e Propaganda da UniBras-Juazeiro; Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRB.
Flavia Lima é a primeira mulher negra a ocupar o cargo de Ombudsman da Folha de São Paulo. Ela tem formação em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP), e desde 2019 é Ombudsman do jornal Folha de São Paulo. Também foi repórter de economia da Folha, do Valor Econômico e da Gazeta Mercantil, além de trabalhar na TV Bloomberg, como produtora e repórter e editora do site da Revista Dinheiro (Editora Três).
A jornalista iniciou sua participação falando sobre a profissão de Ombudsman e compartilhou algumas experiências que já vivenciou na função, “ao pé da letra essa palavra de origem sueca, significa aquele que representa, no jornalismo é representar o leitor. Minha função é levar as demandas dos leitores ao jornal e se possível tentar fazer com que o jornal responda ao leitor, é importante salientar que essa demanda precisa ter relevância jornalística”, explica.
Para explicar em tese como a profissão do Ombudsman é importante para o jornalismo, a profissional apresentou aos participantes da live, alguns temas do universo jornalístico como: O papel da imprensa na cobertura de noticias que envolvem a pandemia, política e racismo.
Como mulher negra, Flávia Lima falou sobre a importância da representatividade no meio, e pediu aos ouvintes para fazer uma reflexão de como e de que forma a população negra é retratada nos veículos de comunicação. Em uma das colunas que escreveu na Folha de S. Paulo no ano passado, quando os protestos do “Black Lives Matter” ganhava a atenção do mundo, ela escreveu “Sim, somos racistas”. No texto, a jornalista discorreu sobre como a mídia brasileira rendeu debates ao assassinato do norte-americano George Floyd. Crimes que são recorrentes no Brasil, porém não ganham tanta repercussão como o caso do exterior, “o desafio de cobrar uma cobertura que não reproduza o racismo e o machismo estrutural, para mim é um tema prioritário, eu falo para uma redação majoritariamente branca e que, de forma geral, elaborou pouco a questão, eu sinto que para alguns existe a disposição de ouvir e de mudar a forma como os assuntos são abordados”, relata Flávia Lima.
Na oportunidade, os participantes tiveram oportunidade de interagir com a convidada, que respondeu a dúvidas ao final da palestra.
Alice Souza
Com supervisão de Valéria Lima