O indígena Almir Narayamoga ganhou o prêmio ‘Heróis da Floresta’. Foto: Paiter.org
O índio rondoniano Almir Narayamoga foi condecorado com o prêmio “Heróis da Floresta” durante o Fórum das Nações Unidas sobre Florestas na última quarta-feira (10). O líder do povo Paiter-Surui desenvolveu um projeto de preservação da Amazônia através de uma parceria com o Banco Mundial e o Google.
No Fórum, que está acontecendo em Istambul, na Turquia, o indígena explicou que seu povo foi reduzido de 5 mil para 292 pessoas desde que iniciou o contato com não indígenas, em 1968.
Quando se tornou líder da tribo, aos 17 anos, ele começou a pensar soluções não só para melhorar a estrutura de vida de seu povo, mas também para tentar acabar com o desmatamento na área.
“Um instrumento importante é o diálogo, a consciência, o respeito e o valor da cultura e da floresta. Não estou dizendo que a floresta tem que ser intocável, mas tem que ser usada com responsabilidade, com respeito e com estratégia”, disse.
Com a parceria do Banco Mundial, ele conseguiu instaurar um programa de desenvolvimento que beneficiasse a tribo. Já a parceria com o Governo brasileiro resultou em escolas e postos de saúde. E em conjunto com o Google Earth, Narayamoga fez com que as pessoas da tribo aprendessem a usar a tecnologia para ajudar a monitorar e mapear a floresta onde vivem.
O Prêmio “Heróis da Floresta” reconhece pessoas em todo o mundo que estão desenvolvendo suas próprias maneiras de sustentar, proteger e gerenciar as florestas.
Cerca de 600 pessoas vindas de 68 países participaram da competição, incluindo ativistas, cineastas e fotógrafos. Além do brasileiro, mais quatro pessoas — de Ruanda, Estados Unidos, Turquia e Tailândia — foram condecoradas com o prêmio.
Além de homenagear fotógrafos, o Secretariado do Fórum realizou uma parceria com o Festival de Cinema Jackson Hole Wildlife para honrar “o poder da narrativa” e os esforços criativos de cineastas que capturam visualmente o que as florestas significam para as pessoas – com curtas-metragens de cinco minutos ou menos.
“Ao assistir os filmes, eu era transportado para um mundo familiar e ainda estranho. Na minha imaginação, eu podia sentir os cheiros, sons, texturas, cores e formas de todas as coisas vivas. Apesar de vê-las através de uma tela de computador, eu senti que eu pertencia, era parte de mim e eu era parte dela”, disse Chaim Litewski, Chefe da Seção de Televisão da ONU.
Fonte: ONU Brasil