No último domingo (5), Ludmillah venceu um duelo no The Voice Brasil e permanece no programa
Redação Correio Nagô – Cantar o hino nacional africano para o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva. Participar de uma turnê na Europa com o espetáculo Ginga Nilé Bahua. Ser escolhida para participar do programa Ídolos, da emissora de TV SBT, ao cantar a música “A Carne”, consagrada na voz de Elza Soares. Os momentos marcantes pertencem à trajetória da cantora baiana Ludmillah Anjos, 27 anos.
À lista, acrescenta-se ainda estar participando do The Voice Brasil, da Rede Globo, no time do cantor Carlinhos Brown. No dia da seleção, Ludmillah cantou “Vapor barato”, composição de Wally Salomão e Jards Macalé. “É um momento muito especial em minha carreira poder representar meu estado, a Bahia, no The Voice Brasil”, destaca a cantora, em entrevista ao Portal Correio Nagô. No último domingo (4), ela venceu o duelo, derrotando Karol Cândido e permanece no no programa.
“Foiiii babadoooo confusão e gritariaaaaaaaaaa! Genteeee estou tão feliz!!! Esse carinho e reconhecimento de vcs é tudooo. Isso me fortalece pra seguir nessa jornada! Agradeço imensamente pelas palavras de apoio. Sem vcs eu não sou nada! Valeuuu minha Baêaaaaaaa… Valeu meu Brasil!”, postou a cantora na sua página do facebook, após a vitória.
História – Tudo começou ao seis anos quando Ludmillah ganhou o primeiro concurso de música na comunidade de São Marcos. Na adolescência, ela ingressou no movimento cultura “Eu quero é Provas” com o mestre Deny Neves. “Em seguida fui selecionada para o Grupo Etnico-Musical Vozes Reveladas, sob maestria de Sérgio Souto”, acrescenta.
Suas primeiras apresentações profissionais foram no “Cantina da Lua”, tradicional restaurante do Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador.Depois do programa Ídolos no SBT a cantora optou por permanecer em Salvador e continuou a fazer apresentação em bares e casas noturnas da Bahia.
“Agora surgiu essa oportunidade de participar do The Voice Brasil e eu não pensei duas vezes. Pesquisei sobre o formato do programa e percebi que no The Voice eu poderia ser que eu sou de verdade, cantar o que eu gosto e mostrar minhas raízes através da minha arte”, afirma.
De lá para cá, foram muitas conquistas, mas a cantora ressalta que a batalha nem sempre foi fácil. Dos principais obstáculos, a cantora ressalta a ausência de oportunidades no estado e a necessidade de trabalhar fora da área, mas ela garante que o salário era investido na própria carreira. “Existe uma falta de espaço no cenário musical baiano. Tive ainda dificuldades financeiras que me fizeram entrar no mercado de trabalho formal para investir os salários na carreira artistica”, diz.
E todo esse esforço, diz Ludmillah representa o que cantar significa na vida dela. “Cantar para mim é viver. Meu canto me fortalece e me restaura a cada obstáculo que enfrento na vida. É através dele que amo, que respiro, que sinto, que choro que fico alegre… cantar é tudo pra mim”, resume a cantora que tem planos de viver da própria música.
(Fotos: Divulgação)
“A música vem da alma, e isso é forte. Ela tem o poder de me levar a qualquer lugar em qualquer tempo. A música representa o sonho, a realidade, o amor, o ódio, as alegrias e tristezas”, complementa. Nas referências musicais, ela garante que não faltam Elza Soares, Ed Motta, Caetano Veloso, Clara Nunes e Ivete Sangalo. “E tem também o queridíssimo Carlinhos Brown, meu técnico no The Voice Brasil”, lembra. Já nos shows, não dispensa de cantar samba, black music, afropop e samba reggae.
No entanto, na batalha diária para conseguir espaço e oportunidades, ela admite que o artista negro costuma encontrar mais dificuldades. “Infelizmente ainda existe. Isso já foi pior. Percebo que aos poucos essa questão vem melhorando”, ressalta Ludmillah.
Confira vídeos de Ludmillah cantando:
*Por Anderson Sotero
