11/01/2019 | às 18h08
De sexta a domingo (11 a 13/01), o Centro Histórico de Salvador recebe o Festival Kan Merin, que levará para o Espaço Cultural Casa 14 três espetáculos teatrais da cidade de Euclides da Cunha. Todos dirigidos pelo encenador e dramaturgo Carlos Carneiro, as peças enfocam a história e o cotidiano do sertanejo por meio de narrativas que permeiam a saga de Canudos, os dramas femininos e os sonhos dos artistas. Os espetáculos serão apresentados sempre às 19h, com ingressos a preços populares (R$20,00 inteira e R$10,00 meia).
ESPETÁCULOS
Dia 11, sexta-feira, tem a peça Canudos: memórias de Maria Domingas que traz à cena a história de uma sobrevivente da Guerra de Canudos, Maria Domingas, que emociona a todos com suas memórias. A atriz Melissa Bonfim canta e interpreta as três fases da vida de Domingas: a criança do tempo da guerra, a meia idade e a idosa do tempo atual. Os espectadores são levados a conhecer e questionar sobre a história do povo sertanejo, descrito por Euclides da Cunha em Os Sertões.
Dia 12, sábado, é a vez de Sonhos de um Palhaço, monólogo com Israel Santana. O espetáculo tem classificação livre e inicia com comédia, tomando formas dramáticas na tentativa de levar o público a acompanhar a saga do palhaço em busca de seus ideais. Contra a vontade do pai, o jovem artista sai do Sertão e parte a Salvador, onde acontecerá um evento com e para palhaços, e neste trajeto passa por dificuldades, fome e sede.
A resistência das mulheres contra a violência e o machismo é o mote de Maria Retira (Antes), que será encenado no dia 13 de janeiro (domingo). Como um grito de alerta, o solo da atriz Ana Caroline associa-se às tantas mulheres que sozinhas tentam sair de um ambiente abusivo e nem sempre conseguem. O espetáculo Maria Retira (antes) coloca no corpo da atriz os gritos silenciados que ecoam em nossa sociedade machista e patriarcal, onde as mulheres são constantemente violentadas e quase sempre seus agressores passam impunes.
O FESTIVAL
O Festival de Artes Integradas Kan Merin será realizado no Espaço Cultural Casa 14, no Pelourinho, entre os dias 11 de janeiro e 17 de fevereiro de 2019 e deseja agitar o verão do Centro Histórico de Salvador com diversidade, arte e cultura, reintegrando este espaço à comunidade artística e ao público soteropolitano. Ao longo dos dois meses, uma rica diversidade de espetáculos envolverá as diversas linguagens artísticas, como a dança, o teatro e a música, oferecendo à cidade mostras artísticas de alta qualidade a preços populares.
A Casa 14 fica na rua Frei Vicente, no Pelourinho, e integrou o Teatro XVIII, como anexo, sendo utilizada no passado como local para ensaios e cursos artísticos. Atualmente, é um espaço alternativo destinado para apresentações de pequeno e médio porte, principalmente de artistas e produções locais.
Além dos espetáculos teatrais e de dança e das performances musicais, a programação de Festival Kan Merin terá a Feira Artística Verão com Arte, com venda de produtos artesanais e alimentos, além de música ao vivo e programação infantil, dia 13 de janeiro, a partir das 10h, com acesso gratuito; e um encerramento com o Bailinho de Carnaval, dia 17 de fevereiro, uma prévia da folia momesca que agitará a cidade, inclusive o Pelourinho. Valorizando os artistas e grupos baianos, em especial o protagonismo feminino nas artes, o festival também abrirá espaço para o intercâmbio de experiências com o interior do estado, com espetáculos vindos da cidade de Euclides da Cunha, no primeiro final de semana do Festival.
A idealização e curadoria do Festival são da diretora teatral Thelma Gualberto. Graduada pela Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia, com especialização em iluminação cênica, Thelma Gualberto tem quase duas décadas de experiência no teatro baiano atuando como atriz, diretora e iluminadora.
PROGRAMAÇÃO
CANUDOS: MEMÓRIAS DE MARIA DOMINGAS – INTERCÂMBIO EUCLIDES DA CUNHA
[11 DE JANEIRO]
Canudos: memórias de Maria Domingas traz à cena a história de uma sobrevivente da Guerra de Canudos. Ela, Maria Domingas, emociona a todos quando relata suas memórias, uma das tantas histórias que são e devem ser contadas sobre as crianças que sobreviveram aquele episódio, depois de: vendidas, estupradas e destituídas de si mesmas e suas famílias, tratadas como saque de guerra, como uma herança incômoda.
A atriz Melissa Bonfim interpreta três fases da vida: criança que é o tempo presente da guerra, meia idade e idosa o tempo atual, o presente de agora. Em algumas cenas a atriz canta, aumentando assim o desafio da interpretação que o tempo todo é visceral e verossímil.
O espetáculo é um drama, em alguns momentos é intimista. Os espectadores são levados a conhecer e questionar sobre a história do povo sertanejo, descrito por Euclides da Cunha em Os Sertões.
SONHOS DE UM PALHAÇO – INTERCÂMBIO EUCLIDES DA CUNHA
[12 DE JANEIRO]
O espetáculo tem classificação livre, inicia com comédia, tomando formas dramáticas na tentativa de levar o público a refletir sobre suas ações para com outras pessoas.
Sonhos de um palhaço narra a história de um jovem que almeja o sonho de ser palhaço. Mas o pai é contra, não aceita, afirmando que é coisa de vagabundo, de quem não tem o que fazer! Ainda contra a vontade do pai, o jovem sai do sertão e parte a Salvador, onde acontecerá um evento com e para palhaços, e neste trajeto passa por dificuldades, fome e sede.
MARIA RETIRA(ANTES) – INTERCÂMBIO EUCLIDES DA CUNHA
[13 DE JANEIRO]
Como um grito de alerta, o solo associa-se muitas vezes a tantas mulheres que sozinhas tentam sair de um ambiente abusivo e nem sempre conseguem. O espetáculo Maria Retira (antes) coloca no corpo da atriz os gritos silenciados que ecoam em nossa sociedade machista e patriarcal, onde as mulheres são constantemente violentadas e quase sempre seus agressores passam impunes.
O texto do espetáculo foi construído a partir de memórias e narrativas de mulheres que viveram relacionamentos abusivos, dos noticiários e práticas cotidianas observadas pela autora e assimiladas pela atriz.
Maria Retira (antes) é um espetáculo visceral, que coloca o espectador diante dos sofrimentos causados pelo machismo às diversas mulheres trazidas às cenas.
ABC DO SAMBA – MÚSICA
[15 DE JANEIRO]
O show chega como uma forma de enaltecer a força da mulher no samba e homenagear as grandes intérpretes Alcione, Beth Carvalho e Clara Nunes, que foram durante muitos anos as principais vozes do samba, sendo referidas pela imprensa brasileira como o “ABC do Samba”.
Projeto traz a frente as cantoras, Dinha Dórea, Iara Canuto e Rayra Mayara.
AGUEMOM – DANÇA
[16 E 23 DE JANEIRO, 2 E 3 DE FEVEREIRO]
O Balé Afro Inaomilé apresenta Aguemom (um mito yorubá da criação do mundo). Aguemom conta sobre a criação da terra e dos homens e mulheres africanos com o desenrolar de suas histórias, emoções, vivências e crenças no olhar dos mais velhos, passando de geração a geração.
CARNEGRA – MÚSICA/ARTES INTEGRADAS
[17 E 24 DE JANEIRO]
O ano é 2018, o mês é Dezembro e a cidade, Salvador! Em meio à turbulência político-sócio-cultural que se abateu nesse ano e afim de dar sequência a um pacto que une a ancestralidade e a música, nasce a banda “Carne Negra”. Composta por ( ) músicxs e performers, que se auto referenciam pelos bairros da Liberdade, Linha 8, Alto do Cabrito, São Caetano, Cidade Baixa e pelo estado do Recife, locais de onde vêm e de onde bebem os ritmos afro – brasileiros e que dão origem às nossas produções musicais.
Somos corpos pulsantes, carnes negras, vivas! Que performam, cantam e batucam, nossas vivências celebrando a nossa sobrevivência!
PRECIOSAS PÉROLAS – TEATRO
[18, 19, 25 E 26 DE JANEIRO ]
O texto é construído a partir de experimentações performáticas, sofrendo interferências textuais por Thelma Gualberto e inspirado livremente em contos de Luís Fernando Verissimo. A encenação é ambientada na década de 40.
Por estar contextualizado na época de ouro do rádio no Brasil, o espetáculo reproduz uma radionovela de um programa de variedades. Dessa forma, Preciosas Pérolas também é uma homenagem a esse meio de comunicação responsável por entretenimento ontem e hoje.
A espetáculo aproxima-se da estética de musicais, em cinco cenas que se intercalam, tendo um locutor como personagem narrador que costura as cenas, mediando as situações.
ME SEGUIR – MÚSICA
[22 DE JANEIRO]
No repertório estão presentes canções de sua autoria e algumas releituras musicais nacionais, como Zé do Caroço e internacionais, como Give me love. Com influências do reggae, R&B e pop rock ela compõe o repertório do seu recital de formatura em Música Popular.
SOBREºMESA – TEATRO
[29 E 30 DE JANEIRO]
Nessa peça de improvisação formato longo, o público pode se emocionar, rir e se identificar com três histórias paralelas que são criadas espontaneamente pelos improvisadores a partir de elementos oferecidos pela plateia. Tudo isso sem deixar faltar uma xícara de café e um pedaço de bolo.
DIÁRIO DE UMA VAGINA – TEATRO
[31 DE JANEIRO E 1º DE FEVEREIRO]
Diário de uma Vagina, espetáculo teatral de realismo fantástico, com muito humor, narra as experiências amorosa vividas por Gina.
DUDA ALMEIDA E MAURÍCIO PAZZ – MÚSICA
[5 DE FEVEREIRO]
Show musical de Duda Almeida e Maurício Paz
TIBIRAS – TEATRO
[6 E 7 DE FEVEREIRO]
Baseado em fatos reais o espetáculo investiga as brasilidades existentes no país tomando como ponto de partida a trajetória de vida de Tibira, tupinambá assassinado em praça pública em São Luís do Maranhão em 1614.
O crime, que marcou a história do Brasil, é considerado como o primeiro assassinato lgbtfobico registrado no período colonial.do país. Em cena, as atrizes e atores do elenco partem de suas experiências individuais e ancestralidades para identificar em suas existências os cruzamentos e heranças deixadas pela história de Tibira.
NÃO ME FALE DE FRAQUEZAS – TEATRO
[8, 9, 15 E 16 DE FEVEREIRO]
Numa sociedade programada pelo patriarcado, duas pessoas despertam para a reflexão acerca de outras possibilidades de existência. “Não me fale de fraquezas” convida à reflexão expondo o automatismo dos papéis de gênero estimulando processos autônomos de reforma íntima.
Diante de um poder opressivo que apaga as individualidades, o despertar da própria autonomia move indivíduos a se desprogramar do automatismo e quebrar os padrões existentes. O que fazer quando ninguém te diz o que fazer?
AS PUriTAnaS – TRANSFORMISMO
[12 DE FEVEREIRO]
Angelina Meels e Laila Lautner se juntas no show AS PUriTAnaS. As drags que agitam a noite soteropolitana prepararam um show com muita musica, encenação e xurria. Humor, musicalidade, teatro e entretenimento.
BAILINHO DE CARNAVAL
[17 DE FEVEREIRO]
Da Redação do Correio Nagô.