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Polícia faz busca a suspeitos de ataques racistas a Maju

Ministério Público de São Paulo comandou uma operação em oito estados para apreender celulares e computadores de suspeitos de publicar comentários racistas contra a jornalista Maria Júlia Coutinho.

Em São Paulo, a polícia foi até a casa de Kaíque Batista e apreendeu computadores e celulares. Ele depôs no Ministério Público por quatro horas. Kaíque administra um grupo em uma rede social. Negou ter cometido crimes raciais e apontou outros grupos como responsáveis pelos ataques.

“Dos outros grupos eu reconheci alguns, até mesmo o próprio dono do outro grupo eu reconheci ele e mais alguns”, diz Kaíque Batista, responsável por grupo na internet. Mesmo assim, Kaíque continua sendo investigado pelo MP.

Em Sorocaba, no interior de São Paulo, dois irmãos também foram ouvidos. Um deles, Érico Monteiro dos Santos, de 27 anos, foi preso por armazenar material de pornografia infantil. Pagou fiança de R$ 1 mil e foi liberado. Ele negou que o grupo que ele administra na internet seja racista, mas admitiu os ataques.

“O grupo queria ficar famoso e propagou um ataque, achar uma maneira de propagar a fama mais fácil era fazer um ataque de racismo”, contou Érico.

kaique

O Ministério Público descobriu que alguns ataques partiram de um adolescente de 16 anos que mora no interior de Goiás.

A polícia também apreendeu celulares e computadores nas casas de suspeitos em Manaus e em Fortaleza. Um deles usava um perfil falso que foi apagado.

“Isso não impede evidentemente de se chegar, de se identificar a localização exata de onde saiu essa mensagem criminosa”, disse Manoel Epaminondas, promotor de Justiça.

Os ataques racistas contra a jornalista Maria Júlia Coutinho foram em julho deste ano. Os suspeitos de promoverem os ataques têm nas redes sociais muitos seguidores. Só o de Manaus, por exemplo, administra um grupo de 25 mil pessoas. Agora, o promotor que investiga o caso vai tentar identificar se existem outros agressores.

“Acabamos de descobrir a ponta de um iceberg, é uma situação muito mais grave do que se imaginava com relação à existência desses grupos. As investigações prosseguem pra que nós possamos identificá-los”, afirma Christiano Jorge Santos, promotor de Justiça.

Reportagem do Jornal Nacional / Rede Globo

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