23/05/2018 | às 16h15
Imagine um espaço onde crianças e adultos podem aprender e compartilhar conhecimento por meio da tecnologia? Agora acrescente a este lugar brincadeiras lúdicas que ensinam a criançada programação, eletrônica e engenharia reversa? Assim é o projeto Crianças Hackers que neste sábado (26) ocupa a Casa do Instituto Mídia Étnica (Rua Areal de Baixo, Dois de Julho, n°6). O evento ocorre das 10h às 12h e é aberto ao público.
A proposta é aproximar o universo da tecnologia das crianças, pais e responsáveis, a partir da cultura hacker, ou seja, de uma cultura de colaboração, inclusão e compartilhamento. O projeto é fruto da parceria do Raul Hacker Club, PET-Elétrica (UFBA) e do Mídia Étnica Lab.
“A iniciativa nasceu de um sonho que aos poucos foi se tornando realidade: criar momentos nos quais crianças e adultos aprendem juntos compartilhando conhecimentos! Fazemos isso através das tecnologias que temos à disposição: mostramos às crianças e aos adultos que máquinas não funcionam por mágica e que somos capazes, nós mesmos, de produzir tecnologias também”, explica a presidenta do Raul Hacker Club, Ka Menezes.
O integrante do PET-Elétrica, Matheus Pereira, revela que as atividades no sábado é uma oportunidade para lembrar dos velhos tempos, quando ainda era criança e pode viver experiências que influenciaram na escolha profissional. “Há algum tempo eu tentava achar uma maneira de retribuir o que Raul Hacker Club, através de sua filosofia Hacker, me proporcionou, tanto como profissional quanto como ser humano. O Crianças Hacker caiu como uma luva, pois vou conseguir remontar de maneira nostálgica e muito gratificante, através do contato com as crianças e pais, a minha infância, cujas experiências vivenciadas nessa etapa foram muito relevantes para a escolha da minha futura profissão”, diz Matheus.
“Para o Mídia Étnica Lab, executar esse projeto em parceria com o Raul Hacker Club, o PET-Elétrica UFBA e a FACED UFBA consolida a importância de conectar a comunidade Maker para realizar ações de impacto para nossa sociedade. Somado a isso, levar este movimento para o Dois de Julho, bairro que carrega uma carga histórica tão importante para nossa cidade, mas que é muitas vezes invisibilizado, traz para a população moradora da região a oportunidade de colaborar com esse projeto, para que possamos construir juntos essa dinâmica, visando aproximar o universo da tecnologia das crianças, pais e responsáveis, assim como quebrar estigmas e estereótipos da área”, finaliza Lorena Vilas Boas, colaboradora do Mídia Étnica Lab, que durante três meses ocupa o Shopping da Bahia com uma série de atividades gratuitas.
Ana Beatriz Alves, do PET-Elétrica, acrescenta que a proposta do projeto é a possibilidade de construção conjunta entre adultos e crianças. “A decisão de contribuir com o Crianças Hacker está, principalmente, em acreditar nesse viés da educação. Construir COM a criança, ouvir as suas demandas, permitir que ela explore coisas novas, obter a troca de conhecimento entre os participantes (tanto os realizadores do projeto quanto os convidados), e introduzir de maneira lúdica a noção de mundo de tecnológico, e da ciência em um modo geral, já que são tão presentes no nosso dia-a-dia”, reforça.
Donminique Azevedo é repórter do Correio Nagô.