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Militar da reserva e especialista em Finanças, é o novo ministro da Educação

A escolha de Carlos Alberto Decotelli, oficial da Reserva da Marinha, reforça a ala militar no Governo Bolsonaro. Decotelli será o décimo militar no primeiro escalão do Governo Federal.

O presidente Jair Bolsonaro anunciou, nesta quinta-feira, 25/06, o oficial da reserva da Marinha e professor de Finanças, Carlos Alberto Decotelli, como novo ministro da Educação. Bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), mestre pela Fundação Getúlio Vargas, doutor pela Universidade de Rosário (Argentina) e pós-doutor pela Universidade de Wuppertal, na Alemanha, Decotelli foi presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

A escolha do novo titular da Educação era disputada entre Olavistas e partidos do Centrão.

Decotelli integrou a equipe do Ministério da Educação no Governo Bolsonaro, a partir de fevereiro de 2019. Na época, foi anunciado pela Nova Escola, como “um dos nomes sob influência dos militares no governo de Jair Bolsonaro”.

O portal da ONG Nova Escola descreveu Decotelli como “um dos pioneiros da Educação executiva em finanças no Brasil”, que participou ativamente das reuniões de transição no Ministério da Educação. “Ele é professor de Finanças Nacionais e Internacionais, Análise de Investimentos, Mercado de Capitais e Derivativos. Já deu aulas na Fundação Getúlio Vargas (FGV), IBMEC, Febraban e Fundação Dom Cabral, além de cursos para empresas. (…) Carlos Alberto Decotelli da Silva possui experiência executiva de finanças em Bancos e Corretoras de Câmbio, Titulos e Valores Mobiliários. Em parceria com a FGV-IDE Management, ele criou o Curso Gestão Financeira Corporativa no New York Institute of Finance. É sócio administrador da Copas Treinamento e Consultoria”, destaca descrição do Nova Escola.

Na página do FNDE, Decotelli é descrito como alguém que “acompanhou de perto os desafios da educação”. O texto cita que ele é membro da equipe que criou um curso de pós-graduação em finanças na PUC-RS, da qual o ex-ministro Sergio Moro também fazia parte; e que criou os cursos MBA Finanças no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais – IBMEC, com o ministro da Economia, Paulo Guedes O perfil no FNDE cita ainda que Decotelli deu aulas na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e que atuou como professor de Gestão Financeira Corporativa em Wall Street, no New York Institute Of Finance.

Ao deixar a direção do FNDE, em agosto de 2020, Decotelli assumiu a Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp), “unidade do MEC responsável por planejar, coordenar e orientar a formulação e a implementação de programas e políticas educacionais, por meio de apoio técnico e financeiro aos entes federados, que promovam o direito à educação”.

Nas redes sociais, comentários pró e contra o Governo apontam que a escolha de Decotelli não atende nem a ala Olavista, da qual integrava o ex-ministro Abraham Weintraub, nem ao Centrão, já que a pasta estava sendo negociada pelo Partido Progressita (PP). Analistas apontam que é mais uma demonstração de força dos militares no alto escalão do Governo Bolsonaro.

Atualmente, os militares controlam importantes ministérios do governo de Jair Bolsonaro, inclusive ocupando importantes cargos no Ministério da Saúde, pasta há quase dois meses sem ministro (desde a saída de Teich em 15/05), e em bastante evidência neste momento de pandemia. Decotelli será o décimo da lista de militares no primeiro escalão do Governo Federal, ao lado do general Walter Souza Braga Netto (Casa Civil); Jorge de Oliveira Francisco, ex-major da Polícia Militar do Distrito Federal (Secretaria-Geral da Presidência); o tenente-coronel da reserva Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), general da reserva Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), general da reserva Fernando Azevedo e Silva (Defesa), general Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), almirante Bento Costa Lima (Minas e Energia), capitão da reserva Wagner Rosário (Controladoria-Geral da União) e capitão da reserva Tarcísio Freitas (Infraestrutura).

Publicado em 25/06/2020

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