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Realizadoras do curta “Órun Àiyé” ministram oficina de Stop Motion na Casa do IME

Dentro das doze horas de programação especial de aniversário, jovens a partir de 16 anos terão a oportunidade de produzir suas próprias animações, experimentando técnicas básicas

orunayiê_divulgação

Uma das 25 mil imagens necessárias para realizar o curta-metragem “Órun Àiyé”

“Ser mulher, negra, jovem, oriunda de família de baixa renda e fazer cinema é uma batalha. Fazer animação já são mil batalhas, stop motion você já imagina”, desabafa para o Portal Correio Nago a cineasta Jamile Coelho que junto a também cineasta, Cintia Maria e grande equipe da produtora baiana Estandarte Produções, realizou o curta-metragem “Órun Àiyé”, selecionado para o V Festival Internacional de Stop Motion 2015. As realizadoras irão ministrar uma oficina no próximo sábado (21), às 10h30, na Casa do Mídia Étnica, no bairro do Dois de Julho, em Salvador. A atividade faz  parte das doze horas de programação  especial de aniversário do Instituto, que em 2015 completa 10 anos de criação.

Criado através da técnica de Stop Motion, a narrativa de “Órun Àiyé” conta o mito da criação recheada de simbolismos da cultura afrobrasileira,  tendo como  figura central o griôt – narrador das lendas envolvendo deuses africanos. “Descobrimos que precisávamos saber mais sobre nossas origens e, mais que  isso, contar esta história. Hoje percebemos que precisamos falar de Candomblé, contar a real história, de forma que crianças, jovens, em especial, possam desconstruir conceitos que foram assimilados.  É preciso muita luta para que haja respeito com a religião, e escolhemos encampar esta luta também por meio da animação”, revela Jamile.

Contar história,  valorizar a oralidade, passar adiante, utilizar a animação como instrumento de educação é a finalidade da oficina de Stop Motion, que Jamile e Cintia vão ministrar. Voltada para jovens a partir de 16 anos, a oficina irá proporcionar aos inscritos uma visão geral sobre o cinema de animação em Stop Motion através de uma aula teórico/prática.  Além de assistir a filmes, os participantes terão a oportunidade de produzir suas próprias animações, experimentando técnicas básicas, tais como: animação de objetos e pixelation.

A agenda de atividades é parte das comemorações do aniversário do Instituto Mídia Étnica (IME), uma organização criada em outubro de 2005, que realiza projetos para assegurar o direito humano à comunicação especialmente a comunidade afro-brasileira. Em 2005, o IME celebra dez anos ‘denegrindo’ a mídia, recheada de convidados durante o dia inteiro. É uma década desenvolvendo projetos em três frentes estratégicas: Comunicação (Portal Correio Nagô, TV Correio Nagô etc), Inovação (Afro Hacker, Oguntec – esse em parceria com Instituo Steve Biko, entre outros) e Empreendedorismo (Jovens Empreendedores Culturais – JEC, Emerge Salvador, Ujamaa e mais). A festa vai unir afroempreendedores, crianças, percussão, exibições de vídeos, hackers, performances musicais e performers, além de uma mostra dos diversos projetos desenvolvidos pelo IME.
Foto: Divulgação Órun Àiyé
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