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Primeira obra cênica autoral brasileira em idioma africano estreia segunda (09)

06/04/2018 | às 16h

Estreia nesta segunda (09), QUASEILHAS, a primeira obra cênica autoral brasileira integralmente em idioma africano, o yorùbá. A temporada segue até 29 de abril, de quinta a sábado, às 19h e aos domingos, às 18h30, no Forte do Barbalho. Os ingressos custam R$10 (a inteira)

Com concepção, direção e oríkì (literatura oral dos povos yorùbá) de Diego Pinheiro, a obra cênica transita entre às lacunas da memória afro-diaspórica, tendo como ponto de partida as memórias familiares do criador e dos seus colaboradores, Laís Machado, Diego Alcantara e Nefertini Altan, mesclando visualidades, canto e performatividades.

De acordo com os autores, “a obra nasce da pesquisa de Diego Pinheiro sobre o Tempo enquanto consciência da carne, do corpo afro-diaspórico em qualidade de uma performance que é lembrança. Um estudo sobre ausências, os vazios da memória. Uma ausência que permita que algo novo aconteça”.

Fala também da reconstrução de uma memória perdida pelos corpos afro-diaspóricos ao longo desses quatro séculos de diáspora: a oportunidade de preencher as lacunas deixadas pelo esquecimento com o exercício de inventar. E nesse exercício de apagar o esquecimento, Diego Pinheiro exercitou um olhar para sua família, enraizada no bairro de Alagados (Itapagipe), na Cidade Baixa de Salvador, onde a relação com as águas e seus movimentos sempre tangenciou o cotidiano, emerge a escrita em forma de oríkì, uma forma literária yorùbá, que reverencia os feitos de uma família, de uma comunidade, de uma pessoa ou de um ancestral.

Os oríkì construídos por Pinheiro em língua portuguesa foram traduzidos para língua yorùbá, pelo tradutor e consultor Misbah Akanni, e assim será cantado pelos alárìnjó (uma arte que envolve dança, teatro, canto e máscara para reverenciar os ancestrais e datada noséculo XVII)

A partir da inspiração na forma tradicional teatral nigeriana, que os performers atuam de forma integrada: Diego Alcântara, Laís Machado e Nefertite Altan serão Alárìnjó, cantando oríkì e também evocando suas lembranças e memórias ancestrais, além de criar  melodias e modos de performar rompendo os limites entre as linguagens artísticas.

FOTO: Shai Andrade

A experimentação na linguagem artística excederá o lugar do corpo, chegando também na cenografia, que prevê a construção de todo um espaço que evoca as antigas palafitas de Alagados, e que se concebe para facilitar os jogos atmosféricos propostos pelos Alárìnjó.

O público estará dentro do ambiente, concebido pelo diretor Diego Pinheiro e pelo cenógrafo Erick Saboya, e das sonoridades compostas pelos diretores musicais Ubiratan Marques e André Oliveira, este que estará em cena ao lado dos músicos Sanara Rocha e Gabriel Batatinha. A visualidade do espetáculo ainda conta com a figurinista e maquiadora Tina Melo, o iluminador Luiz Guimarães e a captação projeção de vídeos por Nina La Croix e Ani Haze.

A pesquisa e o espetáculo contam com o Apoio Financeiro do Fundo de Cultura do Estado da Bahia, através do Setorial de Teatro 2016 – 22/2016, da Fundação Cultural do Estado da Bahia.

 

Da Redação do Portal Correio Nagô.

 

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