Por meio do Boletim Diplo de 01/09/2012, tive acesso a um artigo de Hugo Albuquerque no qual ele comenta sobre protestos de estudantes canadenses, na província de Quebec, contra medidas de aumento de taxas aplicadas a estudos universitários e ele chama atenção para os desdobramentos do movimento que já foi denominado de Primavera do Quebec, um recrudescimento do ânimo separatista daquela região do Canadá.
A propósito da questão separatista do Quebec, compartilho análise feita em 2009, ao regressar de viagem ao Canadá o qual propomos uma reflexão da questão.
QUEBEC: Um novo país para o mundo?
Estive no Canadá no verão de 1997 e, como os livros de Geografia haviam me ensinado que aquela era uma nação bilíngüe, eu estava curioso para
ver como era um país onde todo mundo falava inglês e francês. Conheci cidades de 03 diferentes províncias, que é como eles chamam os estados: na costa oeste, Vancouver e Victoria na província de British Columbia e no leste visitei Toronto, Ottawa, Niagara Falls e London na província de Ontario; Quebec e Montreal na província de Quebec. Na prática não vi um pais tão bilíngue assim, pois nas províncias de British Columbia e Ontario predomina o inglês. Em Ottawa, por ser a capital do país e ter a obrigação de dar exemplo, nota-se as duas línguas até nas placas das ruas, mas ainda tenho a impressão que lá as pessoas falam mais inglês que francês. Finalmente, na província de Quebec é perceptível a predominância do francês.
Em setembro de 2009, voltei de férias ao Canadá para aprimorar o meu francês incipiente, naqueles esquemas de curso intensivo numa escola para estrangeiros e hospedagem numa casa de família local. Desta vez, minha permanência por 30 dias vivendo em Montreal me deu a oportunidade de conviver um pouco com a cultura quebequense e compreender melhor o que está por trás da questão bilíngue do Canadá.
Segundo me falaram, as leis locais obrigam a que, nas lojas, restaurantes e demais estabelecimentos comerciais o atendimento seja bilíngue e era comum ser recebido pelo