A paratleta possui em seu currículo medalhas de mundiais e ouro no Parapan de 2019
Na terça-feira (31), o Brasil conquistou medalha de prata na paralímpiada de Tóquio, no lançamento de dardos da classe F56 (atletas que competem em cadeira de rodas), o feito foi realizado pela paratleta Raissa Rocha Machado, de 25 anos, com a marca de 24m39, garantido a segunda colocação. O ouro ficou com a iraniana Hashemiyeh Motaghian Moavi, que bateu o recorde mundial da prova, com 24m50, e o bronze com Diana Dadzite, da Letônia, com 24m22.
Natural de Ibipeba, interior da Bahia, ela possui em seu currículo duas medalhas em Mundiais, a medalha de bronze nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto em 2015, além do 2º lugar no Campeonato Mundial de para-atletismo de 2015, em Doha. Em 2019, Raíssa conquistou a medalha de ouro no Parapan, em Lima.
Os caminhos percorridos até alcançar as vitórias nas competições não foram fáceis. Raíssa nasceu com uma má formação congênita e no seu primeiro ano de vida deixou sua cidade natal e passou a morar em Minas Gerais, onde realizou sua primeira cirurgia. Ainda na infância, sofreu bullyng na escola, o que resultou na rejeição da própria aparência.
A vida da paratleta começou a traçar novos rumos ainda na juventude, o esporte nunca fez parte do sonho da garota, que queria ser modelo. Porém, foi a pergunta de sua professora que colocou Raíssa na trilha dos esportes, quando questionada sobre o que queria fazer a resposta foi: dançar. Incentivada pela mãe, ela começou a fazer curso de ginástica artística e de balé.
O treinador da época insistia em dizer que ela havia nascido para ser uma atleta, algo que Raíssa negava, mas foi vencida pela pressão, fez o teste na Adefu (Associação dos Deficientes Físicos de Uberaba) e foi aprovada.
A garota que tinha dificuldades em se olhar no espelho, de aceitar a própria aparência, evoluiu, e hoje inspira outras mulheres. A baiana também é digital influencer e faz das redes sociais uma ferramenta para incentivar as pessoas, além de falar sobre autoaceitação e empoderamento.
Alice Souza
Com supervisão de Valéria Lima