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Quilombolas do Rio dos Macacos protestam contra “silêncio” da presidente Dilma Rouseff

quilombolas1Redação Correio Nagô* – Moradores da Comunidade Quilombola Rio dos Macacos realizaram nesta quarta-feira (2) uma manifestação, em frente à Base Naval de Aratu, na praia de São Tomé de Paripe, na Bahia, onde a presidente Dilma Rousseff passa o recesso de Ano-Novo.

Uma das líderes comunitárias, Rosimeire Santos, disse ao G1 que a manifestação foi realizada para pedir apoio da presidente à causa do quilombo. Os moradores se defendem na Justiça de uma ação que pede a retomada da área, que tem cerca de 300 mil hectares.

Em outubro de 2012, a Justiça Federal decidiu pela desocupação do território, que abriga quase 50 famílias, mas a Defensoria Pública da União entrou com recurso contra o despejo e até o momento não foi notificada de nenhum decisão da 2ª instância.

Ainda de acordo com a reportagem do G1, a assessoria de imprensa que acompanha a presidente na Bahia destacou que não tem informação se Dilma teve conhecimento do protesto.

“É um absurdo que a presidente, sabendo do que está acontecendo, de todo o massacre, passe o ano novo perto e sequer marque uma reunião com a gente. Vem para a Base Naval mesmo sabendo o que estão fazendo com os quilombolas? Cada vez mais a Marinha aumenta a violência”, ressaltou Rosimeire Santos ao G1.

“No primeiro dia do ano de 2013 chama atenção e causa revolta às Comunidades Quilombolas e em todos os Movimentos Sociais Brasil afora, mobilizados em defesa da garantia do Território da Comunidade Quilombola Rio dos Macacos, marcada nos últimos 43 anos por violações de seus direitos humanos, o fato inacreditável da Presidenta Dilma Rousseff vir à Bahia mais uma vez e ignorar a situação dos crimes praticados pela Marinha de Guerra do Brasil”, divulgaram os moradores na manhã desta quarta-feira (2).

A comunidade Rio dos Macacos, já reconhecida pela Fundação Cultural Palmares como Quilombola, com Laudo Antropológico depositado no INCRA, desde julho/2012, confirmando a sua existência secular no território, foi ocupada pela Marinha de Guerra do Brasil em 1960. Em 1972 para construir uma Vila Militar, a Marinha derrubou 101 casas, inclusive templos sagrados de diversas nações do Candomblé, como consta no RTID – Relatório Técnico de Identificação e Delimitação, elaborado pelo INCRA, que informa o tamanho do território com 301 hectares, mas a Marinha quer impor a Comunidade uma área de 23 hectares.

*Com informações do G1

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