Da redação do Correio Nagô
A Starbucks, empresa multinacional de cafeterias, encerrou anteontem, 22, a campanha #Race Together (Raça Unida), que foi lançada na terça-feira passada, 17, com o objetivo de combater o racismo. O diretor falou que a ação, que motivou conflitos na internet, estava programada mesmo para ser terminada no domingo. “A campanha não quer apontar dedos e dizer quem são os culpados pelo racismo nos Estados Unidos. O objetivo é falar sobre o assunto. Ficar em silêncio não é o que somos”, explicou o diretor da empresa, Howard Schultz, na semana anterior.
Por aparecer mãos brancas segurando copos, internautas reclamaram da imagem divulgada pela Starbucks. Por conta da situação, na época, o vice-presidente de comunicação da companhia chegou a deletar seu perfil no Twitter. “A Race Together convida os clientes a falar sobre o racismo usando apenas mãos brancas”, postou, em rede social, uma professora da Universidade de Harvard.
O posicionamento da companhia, através da inscrição em copos da mensagem Race Together, ocorreu pela repercussão do caso do distúrbio racial de Ferguson, Missouri, Estados Unidos, ocorrido em novembro do ano passado, quando o jovem negro Michael Brown, 18 anos, foi assassinado por policial. De acordo com Schultz, a intenção era projetar a temática contra a discriminação racial, propor que os colaboradores pensassem sobre o assunto e levassem a discussão para fora do ambiente de trabalho. Os fóruns entre funcionários e moradores já estão acontecendo faz três meses, segundo a organização, que promete continuar com esta via de comunicação, além de planejar incentivar o diálogo entre policiais e líderes comunitários das cidades em que a Starbucks atua.
A ação começou nas franquias de Nova Iorque, Chicago, St. Louis, Oakland e Los Angeles. O diretor da multinacional disse que a campanha não era a solução, mas era bom se pensar sobre a problemática.
Distúrbios raciais e Ferguson
Nos Estados Unidos, os distúrbios raciais envolvem casos em que a comunidade negra do país é atingida violentamente por policiais. Com menos de 22 mil habitantes, Ferguson é uma cidade estadunidense em que 67% da população é negra, mas, o espaço político e econômico da região é dominado, em sua grande maioria, por brancos. Investigadores do caso Ferguson concluíram que 85% dos negros da região são abordados no trânsito e 93% das detenções são feitas ao grupo afro-americano da localidade.