Registramos aqui o protagonismo de mulheres negras que se destacaram na luta antirracista 2016. A lista é bem maior, inclusive, poderíamos acrescentar os nomes de 2015, 2014, 2013… até porque esta luta não é solitária nem estanque. Como muito bem resumiu a doutora em Educação Sueli Carneiro, “nossa responsabilidade histórica é responder aos desafios que estão colocados, através de uma expressão política que represente os anseios do povo negro desse país”.
Jurema Werneck é médica, pesquisadora, comunicadora e fundadora da ONG Criola, organização de mulheres negras no Rio de Janeiro que atua no campo dos direitos humanos. Jurema Werneck desenvolve diversas iniciativas de educação, mobilização, campanhas e comunicação com foco nas questões gênero e raça. Em 2017, assume a diretoria executiva da Anistia Internacional Brasil.
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Rafaela Silva
Responsável pelo primeiro ouro conquistado pelo Brasil nos Jogos Olímpicos de 2016 e o único do País na modalidade, a judoca Rafaela Silva é dona de uma das performances mais inspiradoras da Rio 2016. Além do engajamento na luta contra o racismo, enfrenta à homofobia e o preconceito de gênero. Para fechar o ano bem, Rafa é um das indicadas pela Federação Internacional de Judô (FIJ) para o prêmio de melhor judoca do ano.
Fazendo música de cunho feminista, negro e lésbico, Luana Hansen é uma importante voz combativa dentro do hip hop nacional. Já ganhou prêmios importantes como o Hutúz, além de cantar este ano no primeiro Festival de Rap Feminista de Cuba.
Com mais de 40 mil inscritos em seu canal no youtube, a comunicadora Gabi Oliveira usa as plataformas digitais para discutir representatividade, racismo, empoderamento, estética, dentre outros temas. O canal DePretas é um case bem sucedido de financiamento coletivo, por meio do qual Gabi poderá comprar equipamentos básicos de vídeo para potencializar as ações.
Preta-Rara
A rapper Preta-Rara relatou no Facebook abusos sofridos na época em que eu era empregada doméstica. Em menos de uma hora após a publicação, recebeu uma enxurrada de mensagens. Hoje, a página #EuEmpregadaDoméstica já ultrapassa 130 mil seguidores relatando abusos sofridos empregadas domésticas no Brasil. Preta-Rara também buscou o financiamento coletivo para que as histórias fossem contadas em livro, mas não conseguiu atingir a meta e o projeto não foi financiado.
Áurea Carolina
Com 17.420 votos, a feminista negra Áurea Carolina é a candidata mais bem votada da capital mineira nas últimas três eleições. Com iniciação política pelo movimento hip hop, Áurea é uma das fundadoras do Fórum das Juventudes da Grande Belo Horizonte.
Jamile Menezes
Em meio a um universo midiático tradicional que nega o Brasil cotidianamente, a jornalista Jamile Menezes lançou este ano um portal exclusivo para cobertura de temas culturais. O site Soteropreta é uma vitrine para iniciativas realizadas pela população negra baiana ou direcionadas para esse público. Em apenas dois meses de funcionamento, o canal já é um sucesso em Salvador e Região Metropolitana e conta com a AfroPublicidade, por meio da qual é disponibilizado midiakit com valores especiais para este segmento.
Larissa Santiago
Umas das coordenadora do site colaborativo Blogueiras Negras, Larissa Santiago é baiana, feminista negra, publicitária e militante. Além disso, escreve no Mundovão e no Afrodelia. O movimento vai além de publicação de textos. Trata-se de uma comunidade por meio da qual mulheres negras se engajam em diferentes frentes no combate ao racismo , criando redes de cooperação.
Produtora cultural, escritora e feminista negra, Day Rodrigues dirigiu, em parceria com Lucas Ogasawara, o documentário “Mulheres Negras: Projeto de Mundo”. O filme aborda narrativas que tem como fio condutor o feminismo negro, e traz depoimentos de Djamila Ribeiro, Ana Paula Correia, Aldenir Dida Dias, Preta Rara e Nenesurreal, Francinete Loiola, Luana Hansen, Monique Evelle e Andreia Alves. Day produziu e dirigiu também o documentário “Ouro Verde: a Roda de Samba do Marapé”.
Larissa Luz
Única baiana indicada ao Grammy Latino 2016, Larissa Luz aborda em sua musicalidade questões do universo da mulher negra, suas conquistas, força, fé, afirmação e estética. Em recente clipe, a cantora, atriz, dançarina e compositora, fala sobre representatividade e brinquedos afirmativos.
Mônica Santana
Mestre em Artes Cênicas, jornalista, educomunicadora e atriz, Mônica Santana desenvolve ações culturais que discutem questões de gênero e raça. Pelo trabalho “Isto Não é Uma Mulata”, levou o prêmio revelação do prêmio Braskem de Teatro, em Salvador, Bahia. Mônica integra o coletivo Birosca de Dramaturgias, onde produz textos dramáticos. No ambiente web, desenvolve projetos de escritas e desenhos.
Publicitária, idealizadora do Merc’Afro e pesquisadora de afro empreendedorismo, etno desenvolvimento e negócios inclusivos, Luciane Reis. Como coordenadora de Juventude do Estado do Ceará se engajou em ações com foco nas questões étnicas. Por um ano, em parceria com a Unicef e Assembleia Legislativa, foi a fundo na realidade das mortes juvenis e seu impacto para o estado.O resultado, é um Censo e Mapa de Risco que mostra como o Ceará produz seus mortos com menos de 30 anos. Além disso, Luciane é uma das colaboradoras do Portal Correio Nagô.
Jaqueline Elesbao é uma das fundadoras da revista digital Ponto Art, que tem como proposta estabelecer diálogos entre artistas de Salvador. O intuito da publicação é contribuir e agregar! Jaque é dançarina profissional e produtora cultural.
Confira a edição de dezembro da Revista Ponto Art
Menção Especial
Cantando sobre empoderamento de meninas negras, apesar da pouca idade, MC Soffia já atua na luta antirracista. Aos 12 anos, MC Soffia questiona o racismo e padrões da sociedade. Em apresentação histórica, participou do show de abertura das Olimpíadas 2016, no Maracanã, no Rio de Janeiro.