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(R)EXISTÊNICIA DAS MULHERES NEGRAS É CELEBRADA EM 25 DE JULHO

O dia 25 de julho se tornou um marco na luta do movimento das mulheres negras, nesta data celebramos o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Foi em 1992, na República Dominicana, que tudo começou, entre os dias 19 a 25 julho ocorreu o 1º Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, cerca de 30 países estavam representados por diversos grupos feministas negros.

O encontro foi palco para discussões que abordaram o machismo e o racismo sofrido por mulheres pretas, naquele momento muitas descobriram que não eram as únicas, e que compartilhavam da mesma experiência. Desde então, o 25 de julho celebra a participação e resistência de mulheres negras em todas as áreas da sociedade.

Ainda hoje somos colocadas em estereótipos que contribuem para a desvalorização de nossa imagem e capacidade intelectual, reforçando como o racismo e o machismo influenciam a vida de mulheres negras. Nos é tirada a oportunidade de exercer direitos e deveres, fazendo com que sejamos invisibilizadas diante da sociedade, mas não é isso que nos faz desistir de realizar o que almejamos.

Como disse Angela Davis, “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”, isso acontece porque nós, mulheres negras, ainda estamos na base da pirâmide social e quando algo muda na base, interfere para quem está no topo. Grandes mudanças vêm a partir das reações de mulheres negras, no combate a toda forma de opressão.

Em 2009 a ex-senadora Serys Slhessarenko criou o projeto de lei inspirado nas comemorações internacionais de 25 de julho, com o intuito de conscientizar a todos sobre as lutas de mulheres negras brasileiras e criar um ícone para essas mulheres. Em 2014 a lei foi sancionada pela ex-presidenta Dilma Rousseff e desde então, no Brasil, em 25 julho também comemoramos o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

Após a morte de seu marido, Tereza de Benguela assumiu a liderança do quilombo do Quariterê por décadas. A figura de Tereza representa a resistência das mulheres pretas desde o período da escravidão, sua liderança foi marcada por uma visão vanguardista e estratégica, ela criou um sistema parlamentar, tomando decisões em grupo.

O mês de julho é reconhecido como “Julho das Pretas”, uma ação política criada pelo Odara – Instituto da Mulher Negra em 2013. Nesta ação vários grupos feministas negros brasileiros fortalecem a participação da mulher negra nos mais diversos ambientes da sociedade. Em 2021 temos sua 9ª edição, com o tema geral “Para o Brasil Genocida, Mulheres Negras apontam a Solução!”, que denuncia o genocídio da população negra. 

Durante a pandemia os eventos do “Julho das Pretas” estão acontecendo de forma virtual, o que possibilita uma maior participação de pessoas de todo país na ação. A 9ª edição contará com mais de 300 atividades, em sua maioria gratuitas, com exceção das oficinas, para conferir a agenda acesse o site do Instituto Odara. Mulheres negras estão promovendo mudanças a todo momento e o “Julho das Pretas” é uma excelente oportunidade para presenciarmos isto!

Maira Passos
Com supervisão de Valéria Lima

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