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Rua das Laranjeiras, Pelourinho, é o novo endereço do feijão de Alaíde

“Sete de julho. Dia sete do sétimo mês do calendário”, essa foi a associação feita pelo produtor cultural, responsável pelo Bar do Reggae, Albino Apolinário, acreditando que nada é por acaso, acompanhada de belas palavras sobre a necessária mudança do restaurante de Alaíde do Feijão, o mais tradicional do Centro Histórico de Salvador. “Chega com muito axé a filha de Omulu, que se instalou no ponto de uma encruzilhada, no corredor cultural do Pelourinho, mesma rua onde se encontra a boutique do Ilê Ayê, a sede do Muzenza, os erês do Projeto Axé e o Olodum. Na rua que também é aberta pelo Azoany de Alzira do Conforto. É uma privilegiada”, disse Apolinário que é também criador da Associação Alzira do Conforto, uma das responsáveis por difundir a música reggae na Bahia.

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A nova Casa de Alaíde, localizada na Rua das Laranjeiras, no Centro Histórico da Cidade, ficou lotada na última terça-feira, dia 07/07, em uma movimentada inauguração que contou, é claro, com samba de roda, petiscos e muita animação. Cercada de amigos, a cozinheira era só sorrisos. “Estou muito feliz com o reconhecimento da comunidade. Eu que sempre fiz parte daqui, da cultura, da comunidade dos blocos afros, do samba”, disse sorridente ao Portal Correio Nagô, enquanto era cumprimentada pelos presentes que variavam entre novos apreciadores do feijão e frequentadores assíduos.

Neste último grupo, está o presidente do bloco afro Ilê Aiyê, Antônio Carlos Vovô dos Santos, que reafirmou a importância da mudança tanto para o bairro, como para a amiga. “Foi boa pelo custo benefício, localização mais adequada, mais segura para o local que frequento desde o tempo do ‘Papo de Negão’. É aqui onde encontro os meus amigos e desarmo os inimigos”, afirmou Vovô.

Memória compartilhada pelos presentes, como o presidente do bloco de samba Alvorada, Vadinho França, que lembrou o período em que o negócio não era um restaurante ainda. “Essa história não começou agora. O início de tudo foi o tabuleiro na época que nem se falava de cultura popular. Que Deus e os Inquices abençoem Alaíde e a deixe muito feliz”, desejou o amigo.

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A nova instalação marca a resistência e referência da culinária negra baiana em um local que exala a história da matriz africana da população de Salvador, a partir da história de vida de Alaíde, que através da transmissão oral, aprendeu a cozinhar seus quitutes com sua mãe, na barraca que possuía no bairro do Comércio. Com a morte da mãe, mudou-se para o Pelourinho, onde fez fama, conquistou amigos e clientes famosos e anônimos. Apesar do sucesso, o espaço anterior, em rua de pouca circulação, dificultava a frequência de novos clientes, além de facilitar a ação de bandidos.

Da Redação do Correio Nagô

Fotos Fabiana Guia

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