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#São João Samba Junino de Salvador marca presença nos debates de Cachoeira

O Festival São João, idealizado pela Suindara Radar e Rede, Expresso 2222 e Espiral e promovido pela Fundação Via Varejo, com apoio das Casas Bahia, levou à cidade de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, nos dias 05 e 06 de junho, debates e manifestações que reforçam a importância dos festejos juninos para a identidade cultural da Bahia. Graças a uma parceria entre a Fundação Via Varejo e o Instituto Mídia Étnica, artistas e produtores culturais de Salvador puderam participar dos debates, expressando as peculiaridades da cultura soteropolitana de celebrar a festa.

Entre os participantes que representaram a cidade estava Vadinho França, presidente do bloco Alvorada, uma das entidades que realizam a Caminhada do Samba Junino, no dia 24 de junho, no Centro de Salvador. Vadinho explicou ao portal Correio Nagô sobre a associação entre o samba e as festas juninas. “O samba junino é uma expressão tradicional nos bairros de Salvador, ao celebrar o São João, buscando auxílio da palma da mão, e de instrumentos tradicionais do samba, como banjo, tamborim e marcação, dando um ritmo mais acelerado, que se associa aos festejos juninos“, explica França.

Bairros populares – A partir da década de 1970, os grupos de samba juninos se multiplicaram em diversos bairros populares de Salvador, como Liberdade, Engenho Velho de Brotas, Engenho Velho da Federação, Campinas, São Caetano, Garcia, Nordeste de Amaralina, Tororó, entre outros, com apresentações itinerantes, que faziam um grupo visitar o bairro do outro. Importantes nomes da música baiana contemporânea estão diretamente associados aos sambas juninos, como Ninha, Tatau, Beto Jamaica e Carlinhos Brown.

“Viemos aqui trazer um abraço especial de Salvador para Cachoeira e para lembrar que o samba junino está vivo. E dizer que manter essa tradição dá muito trabalho para a rapaziada, por isso viemos aqui, beber da fonte do samba do Recôncavo”, falou Arnaldo Rafael, do grupo Arte de Negro, do bairro da Liberdade, um dos primeiros a levar o samba duro para as ruas do bairro no mês de junho.

“O samba junino é uma mistura dos bambas de Salvador e do Recôncavo e todos que gostam de samba no pé e desse movimento cultural que nos mantem fortes”, afirma Bororó Santana, do SamBrasil, que está completando dez anos de atividades, levando o samba para o São João e para a tradicional Volta da Cabocla, em 05 de julho.

Preservação – Para o vereador de Salvador, Moisés Rocha (PT), é preciso que o poder público tenha um olhar atento para a preservação desta arte popular expressiva, que acontece em todo canto da cidade. O vereador é autor da iniciativa para incluir os dias de festas juninas na permissão temporária à suspensão da Lei do Silêncio, que vigora na cidade, e somente é suspensa no período carnavalesco.

Outro representantes do samba de Salvador, que marcou presença no Festival São João, em Cachoeira foi o cantor Rogério, do Grupo Bambeia. “O samba junino de Salvador é único, é uma manifestação que se difere da Chula, do samba de roda, do samba de Caboclo, do arrastão de pescador. É uma cultura diferenciada”, destacou. O cantor trouxe à Cachoeira um exemplar do LP em vinil intitulado “Os melhores sambas do São João da Bahia”, gravado na década de 1980, pelo estúdio WR, e que traz grupos tradicionais como Samba Natureza, Samba Fama, Unidos do Capim, Samba Tororó, Samba Scorpios, Leva Eu, Samba Elite, Bhagec, Arte de Negro e o Grupo Cultural Os Negões.

Além dos representantes do samba junino de Salvador, o Instituto Mídia Étnica levou ao Festival São João, representantes do projeto NordestEu Sou, do Complexo Nordeste de Amaralina, do projeto Mundo Afro, que reúne os blocos afro em oficinas culturais e os alunos do curso Jovem Empreendedor@ Cultural, programa do Mídia Étnica para formação de jovens lideranças comunitárias com foco na produção cultural.

Da Redação do Correio Nagô

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