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Série “A Contrapartida” questiona forma como indígenas são subjugados no Brasil

Tomar decisões é um dos aspectos fundamentais da vida, tanto em momentos do cotidiano quanto em situações de maior impacto. E seja nas relações afetivas, no trabalho ou no dia a dia, precisamos de autonomia para fazer nossas escolhas por nós mesmos. Esse tema é trazido por Uranio Bonoldi em “A Contrapartida”, série do gênero thriller no qual, dentre outras abordagens, apresenta personagens indígenas que suscitam reflexões sobre como os povos originários podem estar sendo impedidos de tomar suas decisões com a devida liberdade.

Os livros “A Contrapartida” e “A Contrapartida 2: o contra-ataque” trazem a história de Tavinho, um jovem que decide tomar um elixir da sabedoria, com o auxílio da governanta indígena Iaúna, para se tornar mais astuto e honrar a memória do pai, que fora assassinado em São Paulo. Por consequência, o protagonista se envolve numa trama de mistérios que remonta a uma tribo fictícia na Amazônia, onde ele conhece personagens que estão constantemente desafiando as noções de certo e errado.

A série “A Contrapartida” esteve presente no ranking dos mais vendidos na Amazon – em dezembro de 2019 o livro ficou em primeiro lugar nas vendas do gênero thriller. Um dos aspectos que mais chamou a atenção do público e dos críticos é justamente o fato de ser um thriller abertamente brasileiro, fugindo das ambientações europeias e norte-americanas que são tradicionais no gênero. A história se passa em regiões como São Paulo, Mato Grosso do Sul e Amazônia, com personagens vivenciando realidades típicas do Brasil, como a violência urbana e o garimpo ilegal, em contraponto com os aspectos positivos dessas regiões. “Fiz questão de desenvolver toda a história tendo a diversidade brasileira como um dos elementos principais da obra”, explica Uranio Bonoldi.

Para o escritor, mais importante do que trazer respostas para os questionamentos levantados, é fazer o público reavaliar as próprias convicções e buscar as respostas por si mesmo. “Tomada de decisão é um processo muito individual, demanda um alto grau de autoconhecimento e determinação. Uma pessoa não pode escolher pela outra, e isso deve ser levado em consideração quando pensamos nossa relação com outros indivíduos, ou outros povos. O que busco é estimular o pensamento crítico”, pondera.

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