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Sim, nós podemos ser!

A primeira edição da Ocupação Afro Futurista vem desenvolvendo no público participante uma certeza: é totalmente possível ser negro e realizar projetos grandiosos. “Sim, nós podemos ser” foi a frase que acompanhou um dos storyboards (guia visual que narra as principais cenas de uma obra audiovisual) feitos por participantes da oficina de Afro Multimídia, no espaço Mídia Étnica Lab que ocorreu ontem (09).

Jovens participando da Oficina Mídia Étnica Lab

Larissa Fulana de Tal e Ervelane Moraes do coletivo Tela Preta foram as facilitadoras da oficina de audiovisual. Com início às 14h e 20 vagas preenchidas, as pessoas inscritas foram imersas no mundo de criação, gravação e edição. Depois de assistirem algumas produções e entender o processo de produção, foram desafiados a serem cineastas. 

“A imagem pode criar coisas que até Deus duvida”, considerou Larissa ao explicar a potência da imagem numa produção audiovisual, na forma de contar uma história, e exemplificou como a forma objetificada que a mulher é retratada nos comerciais de cerveja, “isso não está na ação, no som, está na imagem”.

Atentos às orientações, xs potenciais cineastas exploraram o espaço Mídia Étnica Lab e entregaram seus produtos audiovisuais, após um cuidadoso momento de edição das gravações feitas a partir dos seus próprios dispositivos móveis.

A ocupação Afro Futurista é uma iniciativa fruto da parceria entre a Aceleradora Vale do Dendê e do Instituto Mídia Étnica (IME), com patrocínio da organização Seja Digital.

INSPIRAÇÕES DIGITAIS

As pessoas estão o tempo inteiro buscando inspirações para um negócio, um projeto, uma escolha, uma vida. Mas, o que te inspira?

Uma das inspirações da Ocupação é o novo sistema operacional gratuito Endless OS. Michele Silva, jornalista do jornal Fala Roça (RJ) e gestora da tecnologia Endless, explicou como funciona o sistema e falou sobre a importância de democratizar por completo o acesso, visto que, o sistema criado no Brasil é intuitivo e não necessitaria de qualquer tipo de curso para ser utilizado, tampouco seria cobrado algum valor pelo uso.

“A informação em si precisa ser tratada como um bem. Levar informação e conteúdo para dentro da casa das pessoas é dar uma oportunidade de conhecimento para aquelas que não conseguiram acessar o computador, e para quem acessa, é começar a usar uma tecnologia pensada de nós para nós, muito mais adaptada para o que somos”, disse Michele.

Para entender melhor sobre esta nova tecnologia, ter maiores informações e instalar o sistema operacional no seu computador basta visitar o site (https://endlessos.com/pt-br/).

DIÁLOGOS DIGITAIS

Às 18h, ainda em clima de novas tecnologias, o debate foi iniciado. O diálogo entre produtores independentes e a TV digital é possível? Para os palestrantes da noite, é possível e importante.

Na mesa, TV Kirimurê (Carla Almeida), TVE (Janaína Rocha) e a TV Bahia (Susana Lima), na mediação o produtor audiovisual do Correio Nagô, Rosalvo Neto. Dentre os pontos abordados estava a necessária apropriação deste espaço utilizando a identidade a favor, e tendo consciência de que as emissoras de TV se dão através de uma concessão pública que obrigatoriamente necessita retratar a diversidade.

Janaína citou o documentário Travessias Negras como exemplo de produções que deveriam ser transmitidas no canal aberto e incentivou o envio das produções. “Temos colocado no ar os vídeos das pessoas, das comunidades, das questões, dos problemas, das denúncias, diversidades, beleza e músicas”.

O público interagiu com a mesa e quis saber como é o processo de iniciação no universo das produções audiovisuais e quais conselhos os palestrantes teriam para dar, visto que, estão inseridos neste contexto.

“Os caminhos quem traça somos nós, se você quer ser e quer fazer produções audiovisuais, entre nos coletivos de pessoas que querem produzir junto contigo, a questão técnica é fácil de aprender, mas a ideia de transformar aquele conteúdo numa mensagem é o chamado ponto de virada, isso que diferencia os produtores”, incentivou Carla Almeida.

Para finalizar a noite, por volta das 19h, o palco digital montado em frente à entrada do metrô  recebeu nada menos que o groove do Japa System – músico e percussionista com passagem pelas bandas Baiana System e Timbalada. Momento de descontração e muita dança para o público que acompanhou a programação do segundo dia da Ocupação Afro Futurista. Mas, o evento ainda está no começo. Confira a programação dos próximos dias.

[PROGRAMAÇÃO]

10/08 (QUINTA-FEIRA)

10h | Ativação Promocional – Seja Digital

10h – 15h | Exibição de Filmes

10h – 13h | Ensaio fotográfico – Afro futurista

Fotógrafa: Helemozão

14h – 16h | Espaço Mídia Étnica Lab

Oficina Stop-motion para jovens

Facilitador: NUBAS – Núcleo Baiano de Animação em Stop Motion

Duração: 2h

Vagas: 20

17h – 17h30 | Inspirações Digitais

Palestrante: João Souza / Fa.Vela (Aceleradora de comunidades BH/MG)

Duração: 30min

18h – 19h | Diálogos Digitais

Mesa tema: Salvador: como inovar aqui?

Convidadxs: Rosenildo Ferreira (Vale do Dendê), Laura Gurgel (Nossa/Ser), José Eduardo (Acervo da Laje) e Naymare Azevedo (Afrotonizar). Mediação: Paulo Rogério (Vale do Dendê)

19h – 20h | Palco Digital

Atrações: Ana Dumas (Carrinho Multimídia) + Coletivo Afrobapho

11/08 (SEXTA-FEIRA)

10h | Ativação Promocional – Seja Digital

10h – 15h | Exibição de Filmes

16h – 16h30 | Inspirações Digitais

Palestrante: Dr. Antonio Copete / Harvard e NASA

Duração: 30min

17h – 18h | Diálogos Digitais

Mesa-tema: Mulheres e Tecnologia

Convidados: Silvana Bahia (Preta.Lab), Lorena Vilas Boas (Mídia Étnica Lab) e Brenda Costa (OxenTI Menina). Mediação: Tia Má

18h – 19h | Mapping

Projeção Afro Futurismo (VJ Gabiru)

18h – 19h | Palco Digital

Atrações: Àttooxxá

Joyce Melo é repórter do Portal Correio Nagô.

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