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Sociedade Protetora dos Desvalidos comemora 180 anos e busca aumentar o número de associados

Uma história de organização civil negra e resistência ao longo de quase dois séculos de existência. Assim diretores da Sociedade Protetora dos Desvalidos (SPD) definem a trajetória da organização que no domingo (16) completou 180 anos. Hoje, chamada de Associação Protetora dos Desvalidos, a entidade conta apenas com cerca de 150 associados e tem como foco fomentar o crescimento do número de integrantes.
 
“A Sociedade Protetora dos Desvalidos foi a primeira organização civil negra no Brasil.As nossas ações como a previdência social foram copiadas pelo governo”, destaca o tesoureiro da organização, Osvalrizio do Espírito Santo. As comemorações começaram com uma missa seguida da posse dos novos diretores para o triênio 2012/2015.
 

A SPD foi criada em 1832 por um africano livre chamado Manoel Victor Serra. No passado, entre suas ações, destacou-se a compra de alforria de muitos escravizados. “A importância dela é mostrar que o negro sempre foi organizado e com propósitos e hoje continua com o objetivo de mostrar ao povo negro que, para crescer, é necessária a organização”, complementa. Na época de sua criação, os colaboradores da SPD arrecadavam recursos para pagar curso de formação profissional a ex-escravizados.

 

 

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Em 1883 a SPD conseguiu comprar um sobrado estilo Palacete, localizado no Largo do Cruzeiro de São Francisco, no Centro Histórico. Durante sua trajetória, a SPD adquiriu inúmeros imóveis no centro urbano de Salvador. É deles que a organização obtém suporte financeiro para a execução de suas atividades atuais, que envolvem, entre outros aspectos, previdência social, assistência médica e auxílio doença.
 
No entanto, o tesoureiro da SPD diz que atualmente o número de associados é “pequeno”. “Nosso objetivo é fomentar o crescimento do número de associados e fortalecer a instituição”, destaca. Sobre a história de uma das mais antigas instituições de negros, o integrante da SPD ressalta ainda a resistência.
 

“A gente resiste a cada hora que abre os olhos. Nosso foco de resistência é constante, principalmente aqui que trabalha em prol de toda a coletividade negra. Nosso tempo agora não é de lutar e sim de vencer”, finaliza.

 

Por Anderson Sotero

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