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#Somostodosmaju Racismo, a zoeira que nunca acaba

Respeito muito as campanhas que nascem nas redes sociais. Acredito que se posicionar sobre uma questão, mesmo no sofá, tem algum efeito positivo, nem que seja para colocá-la em pauta. Discutir é importante. Por falta de campanha, ou de conhecimento público, temas como o financiamento privado de campanha passou ileso na Câmara Federal. E por isso, me indigno quando, após a campanha de colorir a foto do seu perfil nas redes sociais em apoio a legalização do casamento gay nos Estados Unidos, a nova pauta são os xingamentos que a jornalista, Maria Júlia Coutinho, sofreu, sem mais nem menos, na página oficial do Jornal Nacional (JN).

O pior é pensar que se trata de racismo, nunca é sem mais, nem menos. Mas esse texto não vai tratar somente do repúdio a mais uma ato de racismo, nem engrossar a polêmica. Ele fará uma análise diferente sobre o viral.

Quando soube das manifestações racistas, a primeira coisa que fiz, foi olhar o site do JN para me certificar do que se tratava e não cair em uma trolagem. E não me surpreendi quando vi vários perfis que não parecem, nem um pouco, verdadeiros. Digo isso porque se instaurou uma moda de montar um perfil falso para lançar opiniões e comentários à ermo. Por quê? “The zuera nevers ends”, para zoar e rir dos outros ou de si mesmo. Até aí tudo bem. Mas onde vai parar? É um direito se pronunciar anonimamente, mas se tem algo bom a dizer, por que não se identificar? Se a opinião é válida e pode ajudar, mesmo que criticamente, por que não dizê-la e assinar embaixo? O pior disso tudo, é que tem gente que assina. Tem comentários na página que possui mais de 80 curtidas. E não são de anônimos ou perfis falsos. São gente como a gente, racistas, mas são como a gente.

Não é um evento novo. Foi assim quando uma jovem de 20 anos colocou uma foto sua com o namorado no Facebook e recebeu um enxurrada de ofensas racistas ou quando, simplesmente, a jornalista, brasiliense, Cristiane Damacena, postou uma foto no seu perfil. Porque com perfis falsos ou não, distribuir ofensas não invalida o racismo latente que existe nesse país. É que após todos esses episódios, o racismo velado deixa de existir para mim. É racismo e ponto.

O Brasil que para alguns segrega em cima do muro não existe. Agora está exposto para quem quiser ver. E quero saber quem, a partir de agora, vai me dizer que não existe racismo no Brasil e me chamar de vitima?!

Fabiana Guia é estudante de jornalismo (UFBA) e repórter do portal Correio Nagô

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