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Sulivã Bispo volta aos palcos com Koanza no Sesi Rio Vermelho

Sucesso absoluto de público na sua estreia no teatro no último mês de julho, Koanza volta aos palcos em nova temporada no Teatro Sesi Rio Vermelho. O retorno após intervalo de apenas um mês e meio acontece a pedidos e durante três finais de semanas. Com sessões nos dias 24 (sábado) e 25 (domingo) e 30 (sexta-feira) e 1º de outubro (sábado), sempre às 20h. Ingressos: R$ 30 e R$ 15. Vendas no Sympla.

O ator baiano Sulivã Bispo, que criou e dá vida à Koanza, adianta que o roteiro da nova temporada traz novidades e vem embalado por fofocas e reflexões acerca de acontecimentos recentes, e sobretudo pelo clima de proximidade das eleições presidenciais.

Sulivã lembra do receio que tinha de levar Koanza ao teatro e sorri ao comentar sobre as três sessões extras que foram abertas diante da procura do público na temporada de estreia. “Encarei a estreia de Koanza como um risco embalado num sonho de conscientizar, de fazer humor consciente, que fale bem da gente, que conte a nossa verdadeira história. Quando eu faço Koanza, estou descortinando o preconceito, militando, enegrecendo cada vez mais a minha arte. Temos um riso, mas temos a reflexão também. Você ri e se pergunta, era pra eu ter rido disso?”.

Crédito: Fernanda Maia

O ator adianta que a nova temporada é para quem não assistiu ainda, mas também para quem já conferiu o monólogo. “Vão ter cenas com participações especiais e novidades em torno dos artistas que aparecem pela primeira vez, além de pílulas nas contações de história. É um espetáculo para quem já assistiu e para quem não viu ainda. Quem já assistiu vai se encantar novamente e tomara que os que irão pela primeira vez se encantem também”, comenta o ator.

KOANZA – Senhora riquíssima nascida no Senegal, bem-sucedida no comércio de jóias e tecidos senegaleses para a diáspora negra, makota (cargo feminino de grande valor no Candomblé), sofisticada e moradora do Corredor da Vitória, em Salvador (BA), Koanza (nome de um rio angolano e da moeda de Angola) – é uma mulher de saberes ancestrais, chique e consciente do mundo desigual em que vivemos, comprometida com um papel ativo na reafricanização das lutas antirracistas na diáspora negra, que ela refina com empenho, elegância e humor.

Com Koanza hoje presente na internet, no audiovisual, no teatro e em outros meios midiáticos, o ator revela que se pega surpreso com o que a personagem se tornou. “Ela denuncia o racismo que sofro cotidianamente, e ela traz uma força que eu digo que eu não sei se tenho, porque sou muito sensível, e ela trata as questões de uma forma muito didática e poética, e às vezes fala umas coisas difíceis que eu não sei o que ela está falando… E aí eu fico brincando se ela seria uma entidade ou o meu alter ego, mas a realidade é que eu admiro muito Koanza, ela é uma referência, como tantas mulheres que me cercam, que me moldam e me ensinam muito”.

Para o diretor do espetáculo, o carioca Thiago Romero, que também é ator, coreógrafo e arte educador, Koanza é mais um passo que Sulivã Bispo dá no sentido de trazer à cena narrativas que pautam sua vida. “Acredito que Koanza aprofunda minha parceria com Sulivã no sentido da construção de solos a partir de personagens que trazem como debate o racismo religioso e tantas intolerâncias. Seguimos procurando formas poéticas e de utilização do humor como ferramentas potentes para o encontro com o espectador”, comenta ele. 

O espetáculo – Em “Koanza: do Senegal ao Curuzu”, a personagem volta à Bahia, após um tempo morando na África, com a missão de combater o crescente domínio do cristianismo dos discursos que se voltam contra os cultos de matriz afro-brasileira. Ao chegar, ela encontra o Brasil imerso em um turbulento processo político e racial, tendo à frente um presidente evangélico. É quando ela se vê desafiada a salvar o Curuzu das mãos da opressão religiosa e política, e encontra muitas dificuldades para tal missão. Diante dessa encruzilhada, surge um espetáculo cômico.

Ao lado do ator Sulivã Bispo em “Koanza: do Senegal ao Curuzu” estão Thiago Romero (Direção), Nildinha Fonseca (Direção de movimento/coreografia), Filipe Mimoso (Direção Musical), Renato Carneiro (Figurino), Guilherme Hunder (Cenário), Alisson de Sá (Iluminação), Beberes (Maquiagem), Larissa Libório (Direção Produção), Bergson Nunes e Sidnaldo Lopes (Assistência de Producão) e Carolina Magalhães (Design/arte).

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