Redação Correio Nagô* – Dez técnicos angolanos foram capacitados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) durante seis meses. No final de janeiro deste ano, eles receberam os diplomas de conclusão do curso de aquicultura e piscicultura.
Segundo informações da assessoria da Codevasf, ao retornarem para seu país, “os técnicos irão atuar nos dois centros de recursos pesqueiros recentemente construídos pelo IDPAA, localizados nas províncias de Malanje e Benguela”. O órgão também planeja construir um terceiro centro pesqueiro na província de Cabinda.
As espécies que deverão ser produzidas inicialmente são a tilápia e o bagre, com a proposta de unir a agricultura à produção de peixes. “Um dos primeiros desafios dos técnicos será solucionar a limitação de ração para a criação de peixes”, destacou a Codevasf.
“A piscicultura é uma das atividades mais nobres desenvolvidas pela Codevasf, seja por seu caráter social, ambiental ou científico. É um orgulho muito grande podermos contribuir com a República de Angola e podermos ajudar esse país a estruturar sua piscicultura e aquicultura familiar, desde a reprodução até a comercialização”, afirmou o presidente da Codevasf, Elmo Vaz, referindo-se ao papel da companhia no auxílio ao país africano por meio do acordo firmado no ano passado.
O conselheiro cultural da Embaixada de Angola, José Carlos Lamartine, parabenizou os profissionais da Codevasf pelo empenho demonstrado durante a capacitação dos técnicos. “Temos certeza de que a experiência dessa empresa em sua vasta atuação no semiárido nordestino foi de fundamental importância para o sucesso dessa capacitação. Viva a amizade entre Angola e o Brasil”, declarou Lamartine, que representou o embaixador Nelson Manuel Cosme.
O diretor geral do Instituto de Desenvolvimento da Pesca Artesanal e da Aquicultura de Angola (IDPAA), Nkosy Luyeye, ressaltou a importância da troca de conhecimento entre os dois países. “A piscicultura em Angola ainda está em fase embrionária, enquanto o Brasil possui grande experiência na área. Com a formação de quadros e o início da operação dos centros, penso que haverá um grande desenvolvimento, e a nossa ideia é poder chegar ao estágio em que está hoje o Brasil”, declarou.
O técnico Samuel Vieira, da província de Luanda, considerou positivo o aprendizado ao longo dos últimos seis meses. “A experiência adquirida no Brasil foi muito importante para que a gente possa desenvolver essa atividade em Angola. Costumo dizer que já nos consideramos pequenos piscicultores. Cumprimos o nosso objetivo, que era a capacitação de técnicos nessa área”, afirmou Samuell.
Segundo informações da assessoria da Codevasf, durante o curso, os angolanos aprenderam técnicas de reprodução artificial de peixes, alimentação, produção de alevinos e controle da qualidade da água. “Eles tinham formações diversas, como economia, informática, serviço social”, explicou a chefe do Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura de Betume, Ana Helena Gomes.
O acordo para treinamento dos técnicos angolanos em Sergipe foi firmado no dia 17 de julho pelo presidente da Codevasf, Elmo Vaz, e pelo embaixador da República de Angola no Brasil, Nelson Manuel Cosme. Na ocasião, o diplomata do país africano ressaltou que Angola possuía interesse de também firmar, futuramente, novas parcerias com a Codevasf nas áreas de irrigação e arranjos produtivos locais (APLs).
*Com informações da assessoria da Codevasf
Fotos: Fernando Pires/Codevasf