Redação Correio Nagô – Uma das jornalistas com mais destaque na tevelevisão brasileira, Glória Maria disse recentemente em entrevista à Fátima Bernades no programa matinal “Encontro com Fátima Bernades” que nem sempre foi fácil estar à frente das câmeras exercendo seu trabalho jornalístico.
No programa, ela recordou o momento em que deixou de escrever textos para a televisão e passou a aparecer na telinha e na casa de milhões de brasileiros. “Eu tinha muito medo, tinha medo do preconceito, eu tinha medo do racismo, das pessoas não entenderem uma negra estar ali. Então, era muita coisa que eu tinha que superar. Foi muito difícil”, lembrou.
“Eu era muito confortável naquela coisa de texto, não tinha aquela coisa de glamour, maquiagem, se arrumar”,acrescentou. Como a cobertura que mais marcou sua carreira, a jornalista citou a morte de Tancredo Neves (1910 – 1985). “As pessoas achavam que ele não tinha morrido naturalmente, que ele tinha sido assassinado, e que eu tinha sido testemunha desse assassinato”, revelou Glória ao relembrar da polêmica.
“Eu apresentava o jornal das 7h na época. E aí eu não pude participar dessa cobertura em São Paulo, que era onde ele estava agoniando. Tive que ficar no Rio, e as pessoas não me viam nessa cobertura nacional. Então, se eu não estava ali, é porque tinha um mistério em torno da morte do presidente”, explicou.
“Esse mistério era que ele tinha levado um tiro, esse tiro teria atingido a minha perna e eu teria ficado hospitalizada, incomunicável. Começou a surgir uma coisa tão absurda. Eu tive que entrar em todos os jornais ao vivo para mostrar que eu estava viva”, finalizou.