A reunião contará com presença de chefes de Estado sul-americanos que, depois, devem se encaminhar a Caracas para a posse de Nicolás Maduro
São Paulo – Os chefes de governo dos países membros da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) reúnem-se hoje (18) na capital do Peru, Lima, para discutir conjuntamente a situação da Venezuela. O encontro de emergência foi convocado pelo presidente Ollanta Humala.
Até agora, as presidentas Cristina Kirchner (Argentina), Dilma Rousseff (Brasil), José Mujica (Uruguai), Juan Manuel Santos (Colômbia), Evo Morales (Bolívia) e Sebastián Piñera (Chile) já confirmaram presença, de acordo com o diário Perú21 . O governante paraguaio, Federico Franco, não está convidado, pois seu país está suspenso da Unasul desde o impeachment-relâmpago sofrido por Fernando Lugo, em junho passado. Um dos principais aliados regionais da Venezuela, Rafael Correa, do Equador, está em viagem pela Europa e ainda não confirmou presença.
No último domingo (14), os venezuelanos foram às urnas escolher o sucessor do presidente Hugo Chávez, morto há seis semanas. O herdeiro político do chavismo, Nicolás Maduro, foi considerado vencedor pelas autoridades eleitorais do país. No entanto, a pequena vantagem de 260 mil votos que obteve sobre o adversário, Henrique Capriles, fez com que a oposição denunciasse fraude e convocasse protestos populares. Até agora, sete pessoas morreram nos enfrentamentos com as forças de ordem.
Capriles exige que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) realize uma auditoria nas urnas eletrônicas e promova uma recontagem dos votos. Na Venezuela, além de sufragar digitalmente, os eleitores recebem uma papeleta com seu voto para depositar em urnas tradicionais. Assim, existe a possibilidade de checagem física – e não apenas eletrônica – da vontade popular.
De acordo com o jornal Página12 , os presidentes sul-americanos devem expressar conjuntamente sua certeza de que o processo eleitoral venezuelano ocorreu dentro da legalidade. “Os observadores que enviamos ao país ratificaram a honestidade do processo eleitoral”, afirmou o chanceler argentino Héctor Timerman. “Desde que Chávez venceu sua primeira eleição, há 14 anos, se realizaram 18 processos eleitorais na Venezuela. É o país sul-americano que mais realizou eleições e que mais foi observado por organismos internacionais.” A missão eleitoral