Redação Correio Nagô – Até sábado (23), acontece em Salvador o VII Simpósio Brasileiro de Doença Falciforme (DF), no Centro de Convenções da Bahia. De acordo com a organização do simpósio, o evento dá prosseguimento às ações integradas, multiprofissionais e multidisciplinares do Ministério da Saúde (MS) no âmbito do cuidado, da atenção e das inovações tecnológicas normatizadas no Sistema Único de Saúde (SUS), voltadas para as pessoas com DF.
A doença falciforme é uma das doenças genéticas e hereditárias, mais comum no mundo, com larga incidência no Brasil. “Trata-se de uma mutação genética ocorrida no continente africano que aqui chegou em decorrência da triste história de povos africanos trazidos para cá para a escravidão”, destaca a organização.
Em função disso, desde 2005, o Ministério da Saúde desenvolve a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme. Reivindicação antiga do movimento de homens e mulheres negras foi estabelecida no âmbito do SUS pela portaria GM/GAB n° 1.391, de 16 de agosto de 2005, sendo executada, em todo o país pela Equipe de Assessoria Técnica em Doença Falciforme (ATDF), da Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados (CGSH), vinculada ao Departamento de Atenção Especializada (DAE), da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) do MS.
Além de palestrantes internacionais e convidados da África, onde a doença teve origem, terá a participação de trabalhadores do SUS e de representantes das associações de pessoas com DF de todos os estados brasileiros, aspecto esse último de grande relevância, pois o usuário é o filtro do aprimoramento na aplicação da política.
Este simpósio é realizado de dois em dois anos, sempre em uma capital diferente e atualmente é priorizado pela CGSH para as capitais do Nordeste, por ser a região de maior incidência da doença. Este ano o simpósio volta a Salvador-Bahia estado de maior incidência da DF no Brasil, onde nasceu pela iniciativa de um grupo de especialistas que se dedicava aos estudos da doença no Brasil e que se transformou e cresceu ao ser assumido pelo MS.
A escolha de Salvador tem ainda outro motivo: a cidade sedia na UFBA o Centro de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina, que em parceria com o MS mantém um centro de estudos e pesquisas no âmbito da terapia celular em lesões ósseas e de pele em DF, que vem atendendo à Bahia e muitos outros estados da federação.