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Violência contra a mulher negra é tema de audiência pública nesta terça (18)

De acordo com o “Mapa da Violência 2015: Homicídios de Mulheres no Brasil”, realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FlACSO), o assassinato de mulheres negras aumentou 54% nos últimos dez anos, de 1.864 (2003) para 2.875 (2013). Neste mesmo período o número de homicídios que vitimou mulheres brancas reduziu 10%, de 1.747 para 1.576.

O Brasil ocupa a 5ª posição em ranking global de homicídios de mulheres, entre 83 países elencados pela Organização das Nações Unidas (ONU).

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Foto: Reprodução / Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

 

Na Bahia, a situação também é preocupante. A violência doméstica tem sido responsável por 9,8 assassinatos a cada 100 mil mulheres existentes. Com isso o estado aparece como o segundo mais violento do Brasil, atrás apenas do Espírito Santo, que possui média de 11,24 para cada 100 mil mulheres.

Para debater a problemática, ocorre nesta terça-feira (18), às 9h30, a audiência pública “As Faces da Violência Contra as Mulheres Negras”, na sala das comissões José Amando da Assembléia Legislativa da Bahia (ALBA).

Na ocasião, estarão presentes representantes dos movimentos de mulheres negras, especialistas e pesquisadores (as) e parlamentares. A audiência é uma ação do projeto Dijó – Mulheres Negras Contra a Violência, articulado pela AMNB em três estados: Minas Gerais, Porto Alegre e Bahia. A ação tem como objetivo acompanhar, denunciar e construir estratégias de enfrentamento a violência doméstica que atinge preferencialmente as mulheres negras no Brasil.

Em 2013, a taxa de mortes por assassinato de mulheres no Brasil, para cada 100 mil habitantes, foi de 4,8 casos. A média mundial foi de dois casos. Foram 4.762 mulheres mortas violentamente no país naquele ano: 13 vítimas fatais por dia.

“O que nos assusta é a banalização da violência contra as mulheres. Assistimos as polêmicas geradas através das denúncias, mas não conseguimos ter respostas concretas. Esse silêncio e a ausência de punição e justiça fazem com que a situação se intensifique em todas as regiões do Brasil”, afirma Valdecir Nascimento, coordenadora executiva da AMNB e do Instituto Odara.

Conforme os números do Governo Federal, 77% das mulheres em situação de violência sofrem agressões semanal ou diariamente pelos seus companheiros ou parentes.

A média de assassinatos na Bahia é também superior à registrada na região Nordeste, que é de 6,9 mortes para cada 100 mil mulheres. O terceiro lugar é ocupado pelo estado de Alagoas (8,84). O quadro é ainda mais alarmante em relação às mulheres negras.

O evento é organizado pela Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, em parceria com a Comissão Especial da Promoção da Igualdade da ALBA.

Da Redação Correio Nagô

 

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