Não aguentamos ver mulheres idosas, com mais de 50 anos a frente de terreiros serem chamadas de vagabunda e puta por policiais durante abordagem policial”, diz integrante do Compir Céres Santos.
Nesta sexta feira (05) a partir das 9h, ocorrerá uma Audiência Pública sobre Abordagem Policial em Juazeiro, no Auditório da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).
O motivo da convocação é a frequência de denúncias de violência policial contra pessoas negras, encaminhadas ao Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial (Compir) de Juazeiro/BA), a partir do Carnaval da cidade deste ano.
As denúncias levaram este Conselho a dialogar com a Comissão Estadual de Direitos da Assembleia Legislativa/BA para a realização de uma Audiência Pública sobre Abordagem Policial em Juazeiro.
“Na verdade a gente quer discutir a possibilidade de uma orientação política na formação dos/as policiais. A Compir está procurando fazer parcerias institucionais para frear essa política de violência e extermínio da população negra”, informou Céres Santos.
A mesa da Audiência Pública deverá ser formada por deputados da Comissão de DH, da Prefeitura local, dos Conselhos Municipais, dos órgãos judiciais, estaduais e municipais e de segurança do município e do Estado da Bahia.
Além dessas autoridades, o reitor da UNEB, José Bites de Carvalho, e os diretores da UNEB em Juazeiro, deverão participar do evento.
Na ocasião o Compir encaminhará ao prefeito Paulo Bomfim, um pedido para a criação do serviço SOS Racismo, com esboço de funcionamento desse serviço jurídico gratuito à população.
Céres Santos, integrante do Compir e formuladora, juntamente com Queila Silva, do pedido de criação do SOS Racismo e do esboço do projeto afirma que Juazeiro segue a regra do país, no que diz respeito, a violência policial contra a população negra.
“Não aguentamos ver mulheres idosas, com mais de 50 anos a frente de terreiros serem chamadas de vagabunda e puta por policiais durante abordagem policial. Ou um pai indignado contra a violência em uma abordagem a seu filho ser chamado de ‘viado’”, desabafa Céres Santos.
Esse atendimento, por telefone, do SOS Racismo deverá ser gratuito e feito por profissionais especializados, como advogados e estagiários de Direito. Nesse sentido, o esboço do projeto prevê uma parceria entre a Prefeitura de Juazeiro e o curso de Direito da UNEB. Além da realização de uma formação básica em temas como Direitos Humanos, racismo, política de Segurança Pública, por exemplo.
Joyce Melo é repórter do Portal Correio Nagô.