Pelo menos 2,5 milhões de pessoas contraíram o vírus do HIV em 2011. Os números confirmam a tendência decrescente das novas infecções que, em uma década, caíram 20%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (20) pela Organização das Nações Unidas (ONU).
No ano passado viviam, em todo o mundo, 34 milhões de pessoas infectadas com o HIV: 23,5 milhões na África Subsaariana, cinco milhões na Ásia, 1,4 milhões na América Latina, 1,4 milhões na América do Norte, 900 mil na Europa, 300 mil no Oriente Médio e África setentrional, 230 mil no Caribe e 53 mil na Oceania, revela a edição de 2012 do relatório global da Agência das Nações Unidas para a AIDS (UNAids).
O relatório adianta que a África Subsaariana mantém-se como a região mais afetada em todo o mundo com um em cada 20 adultos infectados com o HIV, o que representa 69% da população mundial que vive com o vírus. As mulheres representam mais da metade (58%) das pessoas infectadas nesta zona do mundo.
A África Subsaariana (25%) e o Caribe (42%) foram as regiões que registraram maior decréscimo no número de infecções entre 2001 e 2011.
No texto, a ONU mostra preocupação com a tendência verificada no Oriente Médio e Norte de África, onde o número de novas infecções aumentou mais de 35%, passando de 27 mil em 2001 para 37 mil em 2011. Nesta região, registrava-se no ano passado 300 mil pessoas que viviam com o vírus da Aids, tendo ocorrido 23 mil mortes relacionadas com a doença.
As Nações Unidas encontraram ainda sinais de que as infecções por HIV na Europa do Leste e na Ásia Central começaram a aumentar desde meados da década de 2000. Com 1,4 milhões de pessoas infectadas com o HIV, a região registrou no ano passado 140 mil novas infecções e 92 mil mortes.
O estudo revela ainda que na última década várias epidemias nacionais sofreram “alterações dramáticas”, tendo-se registrado uma quebra na ordem dos 25% da incidência das infecções por HIV em 39 países, 33 dos quais localizados na África Subsaariana.
Moçambique, África do Sul, Jamaica, Quênia, México, Serra Leoa, Níger ou Tailândia são alguns dos países com comportamentos positivos. Em sentido oposto, pelo menos nove países – Bangladesh, Geórgia, Guiné-Bissau, Indonésia, Cazaquistão, Quirguistão, Filipinas, Moldávia e Sri Lanka – aumentaram em pelo menos 25% o número de novas infecções.
O número de mortes relacionadas com a Aids atingiu os 1.7 milhões, 1,2 milhões das quais ocorreram na África Subsaariana, valores que representam uma queda de 24% relativamente a 2005, quando ocorreram 2,3 milhões de mortes.
O número de mortes caiu 32% entre 2005 e 2011, apesar da região representar 70% de todas as pessoas que morreram em 2011 de causas relacionadas com a Aids.
Também o Caribe (48%) e a Oceania (41%) registraram reduções significativas no número de mortes, tendo a América Latina (10%), a Ásia (4%) e a Europa Central e América do Norte (1%) revelado quedas mais modestas.
As regiões da Europa do Leste e Ásia Central (21%) e do Oriente Médio e Norte de África (17%) registraram, por seu lado, aumento da mortalidade associada à doença.
Profissionais do sexo (23% mais que o resto da população), consumidores de droga (22%) e homossexuais (13% a mais ) mantêm-se como os grupos populacionais com maiores taxas de incidência e de infecções por HIV.
O relatório revela ainda que o aumento do uso de antirretrovirais em países de baixo e médio rendimento permitiu salvar 14 milhões de vidas por ano desde 1995, nove milhões das quais na África Subsaariana.
Em 2011, foram disponibilizados 16.800 milhões de dólares para a prevenção e tratamento da Aids em todo o mundo, 30% menos que o necessário para uma resposta completa em 2015.
Fonte: Portal EBC