Com cerca de 30 mil imagens da memória imagética dos grupos sociais negros, lançará, no próximo 09 de julho, um Matchfounding, campanha de financiamento coletivo, e um Catálogo Virtual com 100 fotografias, que traz um registro amplo da cultura afro-brasileira. As fotografias estão divididas em temáticas especiais como artistas Negros, Blocos Afros, Blocos de Índios, Festas Populares, LGBTQIA+, Movimentos Sociais, Movimento de Mulheres Negras, Religiosidade, Universo Reggae, entre outras. O catálogo está disponível no site para o público e para pesquisa e as fotos também podem ser compradas individualmente.
Matchfounding Enfrente é uma ação emergencial para empreendedores das periferias feita pela Benfeitoria para micro e pequenos negócios impactados pela pandemia. O Zumví foi um dos projetos selecionados que receberão suporte para preparar uma campanha de arrecadação para mobilizar o coletivo, onde a cada R$ 1 colaborado, o Fundo Enfrente investirá mais R$2. O Zumví tem o objetivo de montar a infraestrutura, em sua sede, para preservação dos fotogramas e exposição das fotografias, e comprar mobiliário para guardar os equipamentos. As recompensas vão de R$25 a R$ 500, tendo entre os brindes: 01 fotografia impressa em fine art 20 x 30 (com assinatura do autor), 01 camiseta do Zumví, 01 coleção de 10 postais com fotos do acervo, entre outros. Quem quiser ser um apoiador, basta entrar na página e contribuir com o que puder, o importante é manter a memória da cultura afro-brasileira.
Ao criar uma estética fotográfica de Imagens Afirmativas, o Zumví pauta a valorização de personagens da vida real que constroem a nova história do negro no Brasil e documenta as experiências e resistências negras a processos coloniais que ainda continuam em curso. Para Lázaro Roberto, fotógrafo, um dos fundadores e responsável pelo acervo, “As imagens refletem o processo histórico dos africanos que chegaram escravizados há quase 400 anos, contribuindo através do seu trabalho e da sua cultura para a formação e transformação da sociedade brasileira”.
Sobre o Acervo Zumvi Afro Fotográfico
Surgiu em 1990 pelas mãos dos fotógrafos Lázaro Roberto, Ademar Marques e Raimundo Monteiro, três jovens negros das periferias de Salvador comprometidos com o registro das atividades culturais e políticas, e a produção de imagens da cultura afro-brasileira.
O acervo, nos cerca de 30 anos, recebeu muitas colaborações, como a do poeta e militante Jonatas Conceição da Silva, que doou todo seu acervo, composto de 1.618 fotogramas, em P&B, e colorido, em 2006, pouco antes de seu falecimento. Também o fotógrafo Rogério Conceição, desde 2016, vem doando seu material fotográfico, que são os registros de eventos do movimento negro nas décadas de 80 e 90. Em 2020, o Zumví recebeu uma doação de arquivos, no campo do audiovisual e do cinema negro. Parte do acervo do cineclubista e militante Luiz Orlando, falecido em 2006, foi doado pela sua família, que se encontra em dois meios: o físico, com cerca de 8.273 laudas, são fotografias, documentos, cartazes, xerox, cadernetas, entre outros; e o digital, 8.273 documentos de caráter diversos, como jornais e impressos.
Atualmente, o acervo vem passando por um processo de digitalização, fruto de projetos esporádicos, via editais, desde 2014, que possibilitaram a aquisição de um equipamento de digitalização e o início do tratamento digital. Mesmo assim, o material físico não se encontra completamente armazenado de forma adequada e com controle de temperatura, sofrendo com a deterioração pela ação do tempo e da sensibilidade dos suportes.
O Catálogo tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Pedro Calmon (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.